Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2017
A reação dos ministros do TSE à informação de que Torquato Jardim foi nomeado para o Ministério da Justiça para ajudar o governo no processo que pode cassar o mandato de Michel Temer foi a pior possível. Ministros ficaram indignados e dizem que, se há um roteiro jurídico traçado por Torquato para beneficiar o presidente, certamente ele não será seguido. No tribunal, dizem que, quanto mais o Planalto interferir, mais vai empurrar Temer para a condenação. Ministros sugerem que Torquato parado vai ajudar mais do que se movendo.
Especialista em direito eleitoral, Torquato Jardim foi ministro do TSE entre 1988 e 1996. Ele é respeitado na Corte, mas o estilo ríspido não agrada a todos. (AE)
DOAÇÕES ELEITORAIS
O novo ministro da Justiça afirmou à TV Globo que, para ele, “não interessa a origem” de doações eleitorais, desde que os recursos tenham sido declarados legalmente no comitê dos candidatos e das campanhas.
Amigo de Michel Temer há mais de três décadas, Torquato foi empossado pelo presidente na tarde desta quarta em uma cerimônia no Palácio do Planalto.
No governo, ocupava o cargo de ministro da Transparência, antes de ser transferido para a Justiça, em substituição a Osmar Serraglio.
Torquato Jardim foi questionado sobre a discussão levantada pela Operação Lava-Jato acerca das propinas – resultantes de corrupção – repassadas por empresas a políticos e partidos por meio de doações legais, registradas na Justiça Eleitoral. Ao responder, o ministro afirmou que, na avaliação dele, esse é um debate acadêmico “sem fim”.
Segundo ele, não importa se é “caixa 1 ou caixa 10”, desde que tenha sido doado conforme prevê a legislação eleitoral.
“Eu não discuto essa questão da origem, se a origem é caixa 1 ou é caixa 10. Eu quero saber se entrou contabilizado no comitê do candidato, no comitê partidário de campanhas, se entrou conforme a lei”, afirmou o novo titular da Justiça.