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Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2018
Depois de Lionel Messi, agora Cristiano Ronaldo é alvo do fisco espanhol. Nesta quinta-feira (11), o jornal El Confidencial teve acesso à denúncia contra o astro português do Real Madrid por fraudes na declaração de impostos quanto aos direitos de imagem. Segundo o documento divulgado pela publicação nesta quinta-feira, o camisa 7 da seleção portuguesa declarou apenas 4% dos R$ 536 milhões que ganhou de patrocínios entre os anos de 2011 e 2014.
Cristiano Ronaldo se baseou na Lei Beckham para diminuir o dinheiro destinado à receita espanhola. Dos R$ 536 milhões, apenas R$ 22 milhões foram declarados. O jornal afirma que esta diferença gritante – longe dos 24,75% exigidos por lei para todo trabalhador espanhol – será utilizada no processo contra o português.
A defesa do astro madridista justifica a pequena fatia destinada ao fisco por base na Lei Beckham, que permite aos atletas estrangeiros tributarem seus ganhos com diretos de imagem no estrangeiro. O escritório de advocacia de Cristiano Ronaldo afirma que 92% dos patrocínios do português são gerados no exterior, e por isso apenas os R$ 22 mi dos R$ 536 mi acabaram destinados ao fisco.
Os advogados de Cristiano Ronaldo alegam que apenas R$ 85 milhões dos direitos de imagem do jogador foram gerados na Espanha. A partir deste número, afirmam que o português cumpriu exatamente o legislado no país 24% em 2011 e 24,75% entre 2012 e 2014.
No documento divulgado, Cristiano Ronaldo usou uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas (Tollin) para destinar a maior parte dos seus direitos de imagem. Por sua vez, o grupo sediado em um paraíso fiscal cedeu o direito de exploração dos direitos às empresas são a MIM, radicada na Irlanda – país de tributação baixa –, e gerenciada por Jorge Mendes, empresário do craque do Real Madrid.
Cristiano Ronaldo recentemente trocou os advogados para se defender da acusação da receita espanhola. Além dele, Lionel Messi também enfrentou problemas com o pagamento de impostos; o argentino do Barcelona acabou condenado a 21 meses de prisão.
Prisão
Em dezembro do ano passado, o astro português já lidava com problemas com a Receita fiscal da Espanha, segundo informou o jornal “El Mundo”. A publicação revelou, à época, que a diretora da instituição responsável pela investigação recomendou a prisão do craque do Real Madrid pelo suposto crime de evasão fiscal.
Um ofício assinado por Caridad Gómez Mourelo, chefe do departamento de Delito Fiscal da Fazenda espanhola, pedia ao juiz de primeira instância que cuida do caso que analisasse a prisão de Cristiano Ronaldo. De acordo com a diretora, o jogador havia deixado de pagar cerca 14,7 milhões de euros em impostos.
“Sinceramente, temos pessoas em prisões por haver deixado de pagar 125 mil euros”, destacou Gómez Mourelo em seu ofício à Justiça, datado de 7 de dezembro.
O mesmo documento assegura que Cristiano Ronaldo contou com “laranjas” e esquemas em paraísos fiscais para evitar a tributação de seus ganhos por direitos de imagem. Grande parte da operação envolvia contas nas Ilhas Virgens Britânicas.
A investigação aponta que o esquema para receber direitos de imagem foi montado quando o atacante defendia o Manchester United, na Inglaterra, mas foi mantido a partir de 2009, quando o português passou a defender o Real Madrid.