Domingo, 10 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2025
Embora agora seja popular nas redes sociais, cozinhar em lotes, ou em etapas, é uma prática que as avós usavam no passado. Ela tem muitos benefícios, mas existem alguns riscos que muitas vezes são ignorados e devem ser abordados e corrigidos.
Essa técnica culinária envolve preparar refeições para vários dias em uma única sessão, armazenar os pratos na geladeira ou no freezer e simplesmente aquecê-los quando estiverem prontos para consumo. Com um bom planejamento, cozinhar em lotes ajuda você a ter uma dieta mais balanceada, reduzir o desperdício de alimentos e economizar tempo e dinheiro.
A chave para essa prática é preparar várias opções separadas de proteínas, carboidratos e vegetais, que são combinadas a cada dia para criar novos pratos de forma rápida e sem complicações.
Em geral, é uma prática “muito interessante” por conveniência, pois a refeição da semana inteira pode ser preparada em poucas horas, como Mario Sánchez, autor de “A tomate pocho no le hinques el dientes” (Não morda um tomate podre, em tradução livre), expressou em entrevista à Infosalus. Na opinião dele, é uma “boa maneira” de organizar o cardápio semanal e comer de forma saudável, acessível e “sem tanta dor de cabeça”, especialmente se cozinhar não é a atividade que você mais gosta.
No entanto, ele alerta que o cozimento em lote esconde alguns perigos que poucas pessoas conhecem, que estão relacionados à segurança alimentar.
“Há vários pontos a serem considerados, como cozinhar arroz e macarrão e deixá-los na geladeira por vários dias. Esses alimentos devem ser armazenados por no máximo 24 horas após o cozimento, devido à presença de Bacillus cereus, que aumenta com o tempo. Essa bactéria se camufla e se protege na forma de esporo e pode sobreviver a várias horas de cozimento. Então, com tanta refrigeração, criam-se as condições ambientais e a disponibilidade de nutrientes para que essa bactéria se desenvolva, representando, assim, uma potencial fonte de intoxicação alimentar”, enfatiza o especialista.
Por isso, sua principal recomendação para cozinhar em grandes quantidades é dispensar o macarrão e o arroz e, em vez disso, prepará-los quando quiser comê-los, ou no máximo com um dia de antecedência. “Cozinhar arroz ou macarrão leva no máximo dez minutos, então você não precisa abrir mão de tanto”, diz.
Por outro lado, o autor enfatiza a importância da embalagem adequada dos alimentos. “É importante usar recipientes adequados e herméticos e tentar armazenar os alimentos separados em porções para não precisar descongelar tudo”, diz ele.
Sobre a questão de saber se os recipientes de plástico ou de vidro são os melhores, Sánchez observou que o mais importante é que os recipientes sejam de boa qualidade, sendo recomendável usar recipientes marcados com símbolos de segurança alimentar (como um garfo e um copo) e livres de BPA.
Outro fator importante na escolha do tipo de recipiente é se ele é próprio para micro-ondas. Se não for, quando o plástico é aquecido, seus componentes podem migrar para os alimentos, o que não é saudável. “O vidro, nesse sentido, é mais inerte, mas tem o problema de ser quebrável”, observa o especialista.
Outras recomendações
Outro ponto fundamental é planejar seu cardápio semanal com cuidado, revisando os ingredientes que você usará. Nesse ponto, é essencial pesquisar quais alimentos podem ser armazenados e quais devem ser preparados na hora. Nesse sentido, recomenda-se não cozinhar proteínas animais até o dia em que serão consumidas. Vegetais, por outro lado, têm prazo de validade variável, por exemplo, cenouras e brócolis podem ser armazenados por mais tempo do que alface.
Ao escolher seu cardápio, também é útil considerar alimentos da estação, que se conservam melhor, especialmente frutas e vegetais.
Durante o preparo, a higiene é fundamental, especialmente se você estiver cozinhando alimentos diferentes ao mesmo tempo. Certifique-se de que seus utensílios de cozinha estejam limpos e use tábuas de corte e facas separadas para cada tipo de alimento para evitar contaminação cruzada.
Ao armazenar alimentos, além de considerar o tipo de embalagem, você também deve considerar o tempo de espera entre o cozimento e a refrigeração. Embora não seja recomendado refrigerar alimentos quentes, você também não deve esperar mais de duas horas após a refrigeração, pois um período mais longo favorece o crescimento de micro-organismos.
Outra dica é marcar cada recipiente com fita adesiva, especificando o que ele contém e a data em que o alimento foi preparado.
Por fim, no caso de preparações congeladas, é melhor retirá-las do congelador e colocá-las na geladeira durante a noite antes do consumo, garantindo um descongelamento controlado para manter a qualidade e evitar a proliferação de bactérias. Por esse motivo, não é recomendado descongelar em temperatura ambiente, ou seja, remover completamente o alimento congelado da geladeira.
Por outro lado, se você optar por descongelar os alimentos diretamente no micro-ondas, deve garantir que os recipientes aqueçam uniformemente e atinjam uma temperatura interna de 70°C para evitar o risco de intoxicação alimentar. As informações são do jornal El Tiempo.