Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Reforma da Previdência à brasileira

Compartilhe esta notícia:

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

É de vasto conhecimento que os sistemas previdenciários de praticamente todos os países que apresentam um Estado de bem-estar social – e portanto uma previdência social – estão falidos ou em vias de tornarem-se falidos. A necessidade premente de reformas nesse setor é igualmente conhecida, ainda que muitos acreditem que, tirando fatores como corrupção e má gestão dos governos dessa equação, a previdência poderia manter-se intocada. Se esse fosse o caso, a situação financeira do Estado como um todo seguramente estaria em condições muito mais favoráveis; entretanto, o sistema previdenciário seguiria criando déficit atrás de déficit, aumentando o rombo e gerando necessidade de aumentos de impostos. A razão do problema não se dá pela capacidade incrível do Estado de não gerir basicamente nada bem, mas sim pela dura realidade de que temos de enfrentar e alterar os padrões para a realidade atual e, em especial, futura da população brasileira.

O rombo da previdência nas contas do Estado, no Brasil, é imenso e vem apresentando taxa de crescimento impressionante. Em 20 anos, tivemos um salto no déficit, de 0,7% para 2,7% do PIB. O texto original proposto pelo governo tratava de uma ampla reforma da previdência, o que nos daria considerável sobrevida nas contas, sem a necessidade de incremento de impostos num futuro próximo. Porém, com as modificações sofridas hoje, temos uma reforma da previdência à brasileira, como uma colcha de retalhos. De qualquer forma, ainda é melhor do que manter o sistema tal qual está.

O Brasil já não mais apresenta situação favorável no sentido de a população economicamente ativa poder sustentar o custo dos aposentados. Considerando que estamos em um processo de envelhecimento populacional, em que a média de idade da população vem aumentando e a expectativa de vida também, devemos urgentemente revisitar os conceitos da previdência social. Ademais, já há um bom tempo as taxas de natalidade no país caíram e seguem em níveis reduzidos, reforçando a acelerada mudança na realidade da pirâmide demográfica. É uma realidade inegável e deve ser pensada para que possa ser adaptada à nova situação demográfica do país.

Nenhuma mudança é fácil, principalmente a que pode mexer diretamente no bolso do cidadão aposentado; porém, a realidade sofre constantes, ainda que lentas, mutações. As regras às quais estamos submetidos devem estar de acordo e atualizadas com a realidade à qual também estamos submetidos. Se continuarmos a manter os olhos fechados para o problema da previdência, só há dois caminhos: aumento considerável de impostos em curto prazo, com tendência de aumentos ainda maiores no longo; e futuras gerações com sérios problemas para receber sua aposentadoria do governo. É uma decisão difícil que mexe no bolso de muitas pessoas de bem, porém, ela é inevitável caso queiramos organizar as contas e preparar a previdência para o futuro do Brasil.

Felipe Morandi

Empresário e Associado do IEE

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

O que falta
A terceira paixão
https://www.osul.com.br/reforma-da-previdencia-brasileira/ Reforma da Previdência à brasileira 2018-01-07
Deixe seu comentário
Pode te interessar