Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2015
O rei da Espanha, Felipe VI, vai retirar o título de duquesa concedido a sua irmã Cristina pelo pai, Juan Carlos, em 1997, informou a Casa Real espanhola. A medida é inédita na monarquia espanhola. A infanta Cristina, 49 anos, é acusada de crime fiscal em um escândalo de corrupção protagonizado por seu marido, o ex-medalhista olímpico de handebol e agora empresário Iñaki Urdangarin.
Urdangarin, 47, é suspeito de ter usado sua posição na família real para obter contratos de dois governos regionais mediante a organização sem fins lucrativos Instituto Noos, presidida por ele. O montante envolvido chega a 6,1 milhões de euros (21,6 milhões de reais).
O juiz José Castro suspeita que Cristina tenha cooperado “ativamente” com o marido, utilizando uma parte do dinheiro para fins pessoais, por intermédio da empresa Aizoon. O casal, que nega as acusações, é dono da empresa e compartilha igualmente seu controle acionário.
Depois de quatro anos de uma investigação que contribuiu para o desgaste da imagem da monarquia espanhola e para a abdicação do então rei Juan Carlos, em junho de 2014, o juiz Castro denunciou (acusou formalmente) a irmã do rei Felipe em 22 de dezembro passado.
O início do julgamento de Cristina ainda será marcado.
Relações cortadas.
Desde o início do processo contra Cristina e Urdangarin, Felipe, 47, cortou relações com a irmã, segundo relatos veiculados na mídia do país. A infanta deixou de participar de atos oficiais da família real e não compareceu à proclamação de Felipe como rei, em junho do ano passado. Segundo a imprensa espanhola, o monarca teria tentado também convencer a irmã a renunciar a seus direitos dinásticos, como sexta na linha de sucessão ao trono.
Em dezembro, quando a Justiça ordenou o julgamento de Cristina – primeira vez em que um membro da família real espanhola será julgado – a Casa Real expressou “respeito absoluto” à decisão. (AD)