Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2025
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator do projeto de lei (PL) que isenta quem ganha até R$ 5 mil por mês do Imposto de Renda (IR), disse nessa terça-feira (21) que o Senado não vai hesitar em fazer emendas ao texto. Segundo ele, há “inúmeras hipóteses” no regimento que permitem alterações no projeto, sem que ele tenha de ser remetido de volta para a Câmara dos Deputados.
“Essa discussão, se vai ter emenda, se não vai ter emenda, é uma discussão superada. Se tiver que fazer emendas, nós vamos fazer emendas, sim”, disse Renan, durante audiência pública sobre o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, da qual é presidente. “Não faltará coragem para o Senado fazer isso.”
“Qual encaminhamento vamos dar? Não temos definição ainda. Mas esse projeto é eivado de inconstitucionalidades, e essas inconstitucionalidades podem ser suprimidas. Isso pode constituir um projeto paralelo. Podemos ter um desmembramento para que essas matérias alteradas, apenas as alteradas, voltem a tramitar na Câmara dos Deputados. Se for necessário fazer um projeto paralelo, não tenham dúvidas que vamos fazer”, afirmou.
Deputados avaliam que pode haver judicialização e insegurança jurídica caso o PL seja alterado no Senado e enviado para sanção presidencial. A principal preocupação do Ministério da Fazenda é evitar que a matéria retorne à Casa.
Segundo o senador, o texto não pode ser remetido de volta à Câmara, onde o projeto teria se tornado um “instrumento de chantagem” nas mãos do relator, o deputado Arthur Lira (PP-AL). Renan e Lira são adversários políticos em Alagoas, e vêm disputando espaço na tramitação do PL do IR.
Renan alegou que o projeto era neutro fiscalmente quando foi enviado pelo governo ao Congresso, mas foi alvo de diversas mudanças. Ele citou alterações na tributação de lucros remetidos ao exterior, e disse que o Senado vai atuar para corrigir a tramitação do texto e eventuais pontos inconstitucionais.
O senador ainda acusou Lira de ter trabalhado para derrubar a Medida Provisória (MP) 1.303, com a qual o governo buscava alternativas à alta do IOF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Senado.