Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de março de 2016
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (2) que não queria comentar a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente da Câmara e colega de partido, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao ser questionado por jornalistas, Renan se limitou a dizer que não queria ser incluído no que chamou de “confusão”.
Mais cedo, nesta quarta, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar parcialmente a denúncia contra Cunha. Entre as acusações, está o suposto recebimento pelo deputado de US$ 5 milhões de propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobras e ele é investigado pela Operação Lava-Jato. Cunha nega.
Desde que a sessão no STF terminou na tarde desta quarta-feira, Renan foi procurado por repórteres para comentar o caso, mas se esquivou. À noite, próximo a uma das entradas da presidência do Senado, ao perceber a presença de jornalistas, avisou que não falaria sobre o Supremo. Uma repórter insistiu. “Me inclua fora dessa. Não me ponha nessa confusão”, declarou.
O próprio Renan é alvo de inquérito da operação Lava-Jato que apura suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O inquérito foi autorizado em dezembro do ano passado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, após pedido da Procuradoria Geral da República.
O placar da votação no STF está em 6 a 0 pelo acolhimento da denúncia. O julgamento terá prosseguimento nesta quinta (3). Mantidos os votos emitidos nesta quarta-feira e proclamado o resultado, Cunha passará à condição de réu na ação penal.
Ao deixar o gabinete na noite desta quarta-feira (2), Eduardo Cunha não quis responder a perguntas sobre o julgamento do Supremo. “Eu já falei com vocês hoje. Não vou falar. Amanhã falo com vocês”, afirmou ao ser abordado pelos jornalistas. (Gustavo Garcia/AG)