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Por Redação O Sul | 29 de junho de 2015
A Proteste, entidade de defesa do consumidor, divulgou nessa segunda-feira teste que revela que repelentes disponíveis no mercado protegem por menos tempo do que o informado no rótulo. Dez produtos foram testados – cinco de uso adulto, e cinco recomendado para crianças–, e apenas um foi aprovado.
A eficácia dos repelentes foi testada contra o pernilongo comum e o Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue.
O repelente spray Moskitoff apresentou eficácia contra picadas por 2 horas, mesmo tempo informado no rótulo. Desta forma, foi o único produto aprovado no teste.
Entre os repelentes para adultos, o que apresentou melhor eficácia foi o Exposis Extreme, do Laboratório Osler, com proteção média de 2 horas e 45 minutos contra os dois tipos de mosquito. Entretanto, a proteção anunciada na embalagem é de 10 horas.
Os repelentes Super Repelex, Xô Inseto! e Moskitoff foram eficientes apenas contra o mosquito comum, apresentando curta proteção contra o Aedes aegypti.
Além de ter a eficácia menor do que a anunciado, o repelente da marca Huggies Turma da Mônica não informa ao consumidor sobre a concentração do ativo IR3535, único indicado para crianças abaixo de dois anos, segundo a Proteste.
Os repelentes infantis das marcas Off! Kids e Johnson’s Baby tiveram eficácia de 1 hora e 30 minutos. A proteção prometida porém era de 2 horas e 4 horas, respectivamente.
entidade também testou dois aplicativos para celular –para iOS e Android–, que prometem afastar os mosquitos com emissão sonora em diferentes frequências. Porém, segundo avaliação da Proteste, nenhum deles apresentou efeito por mais que 30 segundos.
Para realizar a avaliação, quatro voluntários adultos aplicaram os produtos e colocaram o braço em uma gaiola com 200 mosquitos. A exposição foi repetida, por no máximo três minutos, a cada meia hora, até que eles levassem a primeira picada.
Outro lado
Em nota, as empresas Kimberly-Clark Brasil, fabricante do Huggies Turma da Mônica, Reckitt Benckiser, do Repelex, Johnson & Johnson, do Johnson’s Baby, Nutracom, do Xô Inseto! e o Laboratório Osler, do Exposis, afirmam que os produtos foram testados seguindo a metodologia exigida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo os comunicados, os repelentes tiveram eficácia comprovada pelo período indicado nas embalagens, inclusive contra o mosquito Aedes aegypti.
As empresas ainda questionam a metodologia utilizada pela Proteste e as condições da avaliação, que não foram detalhadas às fabricantes.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com nenhum representante das empresas Ceras Johnson, do Off! e Off! Kids, e Farmax, da marca Moskitoff, no início da noite desta segunda. (Folhapress)