O retrato de Eileen Gray durante os anos em que viveu em Paris e teve uma produção de mobiliário e peças de grande qualidade. (Foto: Lucas Uebel/O Sul)
“O futuro lança luz, o passado apenas obscurece.” Frase de Eileen Gray, designer e arquiteta irlandesa, cujas criações atemporais lhe garantem uma posição ímpar.
O livro “Eileen Gray – Design and Architecture”, de Philippe Garner, editado pela Taschen, é uma das obras mais cobiçadas da atualidade, tanto pelos arquitetos e decoradores como os apreciadores das peças raras. Trata-se de um relato sobre a vida da designer, e conta com uma seleção de móveis, fotografias, maquetes e documentos, mostrando a qualidade de seu trabalho. Suas criações, iniciando no período art déco e alcançando o movimento modernista, garantem uma condição ímpar ao lado de nomes como Le Corbusier e Mies van der Rohe.
Durante o leilão da coleção de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, realizado pela Christie’s no Grand Palais, em Paris, acompanhei a venda do “Fauteil aux Dragons”, que teve como lance final a quantia de 21 milhões e 900 mil euros. Este preço recorde foi obtido na noite de 24 de fevereiro de 2009, quando dispersavam os objetos e mobiliário de Arte Decorativa do séc. XX. Posteriormente, o jornal “Le Figaro”, numa reportagem a respeito da venda da coleção, e com análise dos preços, mostrou que as cifras alcançadas dificilmente se repetiriam. Primeiro pelo momento da pujança econômica mundial, e segundo pela importância dos dois colecionadores.
Em vida, Gray não se ateve a convenções. Vanguardista pelo simples fato de ser mulher em um mundo artístico predominantemente masculino, a irlandesa produziu, durante um período de mais de 70 anos, nas áreas de design, arquitetura, fotografia e pintura. Até hoje, seu trabalho serve de inspiração para gerações de artistas de diversos meios.
Eileen Gray jamais desenvolveu uma produção industrial: cada uma de suas peças é única. A artista conseguiu aliar o primor da técnica a uma expressão poética singular, criando uma definição própria da concepção do espaço e da relação entre móveis e objetos. No último ano, quase 4 décadas após a sua morte, o Centre Pompidou , em Paris, realizou uma exposição-retrospectiva de sua carreira.
Uma das criações da arquiteta e designer Eileen Gray, este “Fauteil aux Dragons”, alcançou preço recorde na venda da coleção de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, realizada pela Christie’s em Paris. (Foto: Lucas Uebel/O Sul)
Em detalhes: a arte reproduzida nas peças da vanguardista Eillen Gray. (Foto: Lucas Uebel/O Sul)
Capa do livro “Eileen Gray – Design and Architecture” , de Philippe Garner e editado pela Taschen. (Foto: Lucas Uebel/O Sul)
Poltrona Sirène, criação de Eileen Gray. (Foto: Reprodução)
Visual de um dos interiores criados por Gray: a sala da casa da designer e Jean Badovici. (Foto: Reprodução)
“Table aux chars”, uma das peças da designer. (Foto: Reprodução)