Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2025
As reservas internacionais do País aumentaram em US$ 30,4 bilhões nos primeiros mil dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, completados em 25 de setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O saldo, que chegou a US$ 355,1 bilhões na última quinta-feira (25), representa uma alta de 9,38% em relação ao fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No governo anterior, o movimento foi o oposto: as reservas caíram de US$ 390,5 bilhões em janeiro de 2019, quando Bolsonaro assumiu, para US$ 324,7 bilhões ao final de 2022, uma redução de US$ 65,8 bilhões ao longo de quatro anos.
Mesmo com o avanço, o terceiro mandato de Lula não esteve livre de pressões sobre o caixa internacional. Apenas no último ano, o governo precisou utilizar parte das reservas, o que reduziu o estoque em US$ 45,5 bilhões em comparação a setembro de 2024.
O reforço das reservas internacionais é considerado um indicador de maior solidez financeira do País diante de choques externos e pressões cambiais — motivadas, em partes, por politicagem do governo dos Estados Unidos (EUA), em detrimento de apoio ao aliado político, Bolsonaro, que estava sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi, depois, condenado a mais de 27 anos de prisão.
A expectativa é que o período do governo Lula 3 faça a recomposição da segurança financeira internacional, após anos de queda sistemática – impressão essa confirmada pelos dados do BC.
Durante o governo Bolsonaro, as reservas internacionais passaram de cerca de US$ 390 bilhões no início de 2019 para US$ 324,7 bilhões ao final de 2022. A redução de mais de US$ 65 bilhões ocorreu em meio a sucessivas intervenções do BC no mercado de câmbio, sobretudo para conter a volatilidade do real em momentos de estresse, como na pandemia de covid e em períodos de forte saída de capital estrangeiro.
Já no terceiro mandato de Lula, iniciado em janeiro de 2023, há uma recomposição dessa proteção financeira do País. Até setembro deste ano, o estoque voltou a superar a marca de US$ 355 bilhões, o que representou um ganho de mais de US$ 30 bilhões em relação ao final do governo anterior.
As reservas internacionais funcionam como uma espécie de “poupança” em moeda estrangeira, principalmente em dólares, euros e outros ativos de alta liquidez – mais recentemente há, inclusive, a aquisição de yuans, a moeda chinesa. Quem administra esse colchão financeiro é o Banco Central (BC).
A reserva garante a estabilidade em momentos de crise: se houver fuga de capitais ou pressão excessiva sobre o câmbio, o BC pode vender parte das reservas para conter a desvalorização do real e transmitir confiança ao mercado. Além disso, esse estoque ajuda o país a cumprir compromissos externos e evitar novos empréstimos.
No Brasil, geralmente a reserva é usada em momentos de tensão, como a crise de 2008, recessões, e contenção de volatilidade do câmbio. Assim, quanto maior for a reserva internacional, maior a sensação de segurança de quem investe e proteção e autonomia ao país diante de cenários adversos no âmbito internacional. (Com informações da revista Forum)