Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de março de 2021
Com a bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul desde o dia 27 de fevereiro, diversos segmentos tiveram de se adaptar às regras de funcionamento exigidas pela bandeira. Dentre eles, os restaurantes, que precisaram restringir equipe e modo de atendimento.
Na bandeira preta, os restaurantes podem fazer as vendas apenas por tele-entrega e pague e leve, além de operar só com 25% da equipe. Essa regra vale também para lanchonetes, lancherias e bares. Restaurantes do tipo buffet, como o do seu Antônio, precisaram de diversas adaptações à nova realidade para não fechar as portas durante o período de vigência da bandeira.
“Agora quando estávamos reaberto, a gente conseguiu chegar até uns 50% do movimento anterior e agora novamente caiu lá para baixo, praticamente não se vende mais nada. Agora a gente está com o sistema de pague e leve e também de tele-entrega, mas isso também levou a novos investimentos e o retorno é muito lento”, afirmou o gerente do restaurante, Antônio Kuhn.
Além de implementar marmitas, serviços de entrega e pague e leve, outros estabelecimentos precisaram ampliar o horário de funcionamento. O bar de Ricardo, no centro da capital, atendia apenas à noite, mas durante a pandemia o chefe e empresário se viu obrigado a aumentar a oferta para conseguir manter seu quadro de funcionários.
“A gente fez uma mudança no cardápio da noite, pensando que o consumidor está em casa, e ele quer um pouco mais de conforto, uma comida um pouco maior. Mas não foi o suficiente, duas semanas depois que a gente fechou total, a gente começou a utilizar o espaço que a gente tinha ao nosso favor. Então começamos a nos virar, a dobrar todo o dia, trabalhar dois turnos e vender almoço. Hoje está sendo o nosso carro chefe, está sendo o que a gente está colocando mais energia”, disse o chefe de cozinha e empresário, Ricardo Dornelles.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, 200 mil estabelecimentos de alimentação fecharam as portas no país desde o início da pandemia, com perda de um milhão de empregos. E com o agravamento da situação sanitária, a crise econômica para os restaurantes se intensifica.
“Todo dia é uma adaptação nova, eu já saio de casa pensando no que vou me adaptar hoje. A equipe já está preparada para se adaptar a qualquer coisa, a gente não pode perder a oportunidade de fazer dar certo. Se tiver que correr a gente corre, se tiver que fazer algo no dia, a gente faz horas a mais e dorme menos, o importante é fazer com que o bar sobreviva”, relatou Dornelles.