Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2025
Após quase três horas de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros, nessa terça-feira (6), o governo não anunciou as próximas ações que serão adotadas para lidar com o escândalo de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Lula comandou uma reunião com ministros de diferentes áreas e com o novo presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, para discutir as medidas que o órgão pode colocar em prática para combater eventuais fraudes e ressarcir as vítimas.
O encontro, que começou por volta das 15h, no Palácio da Alvorada, durou mais de três horas e reuniu os ministros Rui Costa (Casa Civil), Wolney Queiroz (Previdência), Esther Dweck (Gestão), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Vinicius de Carvalho (Controladoria-Geral da União), além do presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, o advogado-geral da União adjunto, Junior Divino Fideles, e o secretário-executivo do Ministério da Fazendo, Dario Durigan.
Operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou, na última semana, um esquema de fraudes e desvio de recursos de aposentados e pensionistas do INSS. Prejuízo pode chegar a R$ 6 bilhões, segundo as investigações.
O presidente fez a reunião antes de embarcar para Moscou. Ele parte para uma viagem de uma semana, que passará pelo país europeu e pela China.
Segundo fonte que acompanhou a reunião, um dos temas tratados foi o aperfeiçoamento dos sistemas do INSS a fim de evitar novos escândalos. A expectativa é que o governo faça novos anúncios a partir desta quarta-feira (7).
O governo ainda não definiu como funcionará o plano para devolver o dinheiro descontado de forma irregular de aposentados e pensionistas.
O escândalo
Operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema, conforme a investigação, teve início em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), e prosseguiu neste terceiro mandato de Lula. Entre 2019 e 2024, o prejuízo aos aposentados pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
A operação apreendeu com os suspeitos diversos itens de valor, entre os quais dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari, joias, relógios de luxo e obras de arte.
O escândalo fez Lula trocar os comandos do INSS e do Ministério da Previdência. Alvo da operação, Alessandro Stefanutto foi substituído na chefia do órgão por Waller.
Wolney Queiroz foi escolhido para suceder Carlos Lupi, demitido do cargo de ministro. O INSS é vinculado ao Ministério da Previdência.