Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2024
As enchentes já se dissipam no Rio Grande do Sul, mas a solidariedade continua a inundar o Estado com contribuições oriundas das mais diversas partes do País ou mesmo do Exterior. Uma das mais recentes manifestações veio da empresa Larco, uma distribuidora baiana de combustíveis que enviou de Salvador duas carretas lotadas de colchões, cobertores, água e kits de higiene.
Transportado em parceria com a empresa Patrus Transportes, de Minas Gerais, o lote chegou nesta semana a Porto Alegre. A recepção da carga coube a agentes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), posicionados na sede da Sociedade Libanesa (bairro Boa Vista, Zona Norte).
Dali os donativos tiveram como destinos a Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre (AJE-Poa) e o projeto Reconstruir Vidas, que estão distribuindo itens a moradores de áreas atingidas pela pior catástrofe ambiental já ocorrida no Estado.
“A situação que vivemos mostrou como todo o Brasil pode ser solidário”, elogiou na ocasião o titular da Sedec, Ernani Polo. “Estamos recebendo contatos de empresas de todo o País. Ele estava acompanhado do presidente da Sociedade Libanesa, Kalil Sehbe Neto, do presidente da AJE-Poa, Willan Assis, e do representante jurídico da Patrus, Jonathas Lima de Oliveira.
Reforço de São Paulo
Além do aspecto material, a ajuda humana tem sido outro aspecto fundamental no processo de recuperação do Rio Grande do Sul. A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) recebeu nesta semana o apoio de servidores de colegas do Estado de São Paulo para traçar um diagnóstico da situação nas áreas rurais, com foco na vigilância e defesa sanitária animal,
Foram oito servidores recepcionados na cidade gaúcha de Lajeado (Vale do Taquari) pelo diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Lopes. Ele contou que a possibilidade do auxílio de outros Estados havia sido discutida em reunião do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Animal:
“Foi perguntado quais Estados teriam disponibilidade para vir ajudar a Seapi no levantamento de perdas e de necessidades, bem como na defesa animal. O Estado de São Paulo foi o primeiro que se prontificou. Vamos nos concentrar, neste primeiro momento, na região do Vale do Taquari, que foi uma das mais afetadas pelas enchentes”.
A partir da aplicação de um questionário, é feito um levantamento com os produtores rurais sobre perdas de animais, produtos vegetais e equipamentos. Os técnicos também orientam sobre notificações em caso de doenças nos rebanhos – eles trouxeram antígenos de uso veterinário, que suprirão uma demanda emergencial.
Por meio do cruzamento de imagens de satélite das áreas inundadas com os dados do Seapi, foi constatado que o Vale do Taquari concentra 1,7 mil das 5,7 mil propriedades rurais afetadas pela inundação, motivo pelo qual a região foi escolhida para o trabalho inicial. Também é avaliada a necessidade de doações de alimentos para sobrevivência dos animais.
“Além do profissionalismo, estamos aqui como seres humanos, de coração aberto para poder ajudar no que for possível na reconstrução do Rio Grande do Sul. É um trabalho de formiguinha, mas queremos contribuir com os gaúchos”, disse um dos veterinários da equipe, cuja viagem foi bancada com recursos do governo paulista.
Toda a atividade será desenvolvida no aplicativo da Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA), desenvolvida pela Seapi em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A veterinária Vanessa Dalcin, inspetora da Seapi em Arroio do Meio, será a gestora das equipes no Vale do Taquari.
O grupo de visitantes permanece no Rio Grande do Sul ao menos até a sexta-feira (7). Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Maranhão, dentre outros, também ofereceram apoio.
(Marcello Campos)
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