Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de outubro de 2015
Após ver crescer o risco de um processo de impeachment no Congresso, a presidenta Dilma Rousseff montou uma estratégia de defesa mais robusta, com um time de advogados e juristas, e escalou ministros de partidos aliados, do PMDB ao PCdoB, para monitorar suas bancadas no Congresso. A decisão do Palácio do Planalto é recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) se algum requerimento solicitando o afastamento da mandatária for aceito pela Câmara dos Deputados.
Dilma convocou, no domingo, nova reunião com ministros, no Palácio da Alvorada, depois de uma viagem de menos de 24 horas a Porto Alegre. No encontro, ela foi informada que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comandará uma “manobra” pró-impeachment. A avaliação do governo é de que, acuado após a denúncia do Ministério Público da Suíça mostrando contas secretas atribuídas a ele e abastecidas com dinheiro desviado da Petrobras, Cunha vai pôr em prática o jogo combinado com a oposição para atingir a mandatária.
Por esse script, ele rejeitará nesta terça-feira o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, propondo a deposição de Dilma. A ideia, porém, seria deixar o caminho aberto para que um deputado da oposição apresente recurso ao plenário da Câmara. Nesse caso, ainda no roteiro idealizado por Cunha, esse recurso poderia ser aprovado por maioria simples, composta por 50% mais um dos deputados, com qualquer número de presentes à sessão.
O advogado Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha da presidenta à reeleição, foi escalado para coordenar a defesa dela na possível ação de impeachment. O governo pretende contestar a questão do quorum para a abertura do processo, já que a Constituição exige dois terços dos parlamentares. (AE)