Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2022
O Kremlin disse nesta terça-feira (21) que os cidadãos norte-americanos capturados na Ucrânia estão sujeitos a decisões judiciais e não descartou que possam enfrentar a pena de morte.
“Não podemos descartar nada, porque essa é uma decisão da justiça. Nós nunca comentamos sobre elas, e principalmente, nós não temos o direito de interferir”, disse Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo.
“Eles devem ser responsabilizados pelos crimes que cometeram. Esses crimes precisam ser investigados. A única coisa que está clara é que eles cometeram crimes. Eles não estão no Exército ucraniano. Eles não estão sujeitos à Convenção de Genebra”, continuou, ao citar o acordo internacional que prevê diferentes punições a prisioneiros de guerra.
Na última segunda (20), o Kremlin afirmou que os dois norte-americanos detidos na Ucrânia enquanto lutavam no lado ucraniano da guerra seriam “mercenários”. Ainda de acordo com o governo russo, “eles colocaram em risco a vida de militares russos e devem ser responsabilizados por suas ações”.
O comentário de Peskov foi o primeiro reconhecimento formal de que os dois homens, identificados em reportagens nos EUA como Andy Huynh, de 27 anos, e Alexander Drueke, de 39, estavam detidos e sob investigação.
“Eles são soldados da fortuna. Eles estavam envolvidos em atividades ilegais no território da Ucrânia. Eles estavam envolvidos em atirar e bombardear nossos militares. Eles estavam colocando as vidas deles em risco”, disse Peskov.
Familiares disseram na semana passada que os dois foram para a Ucrânia como combatentes voluntários e desapareceram. A mídia russa divulgou na semana passada imagens deles capturados enquanto lutavam pela Ucrânia.
Peskov não revelou onde os homens estavam detidos, mas a agência russa Interfax afirmou nesta terça (21) que, segundo uma fonte do governo, os americanos estariam na cidade de Donetsk, região pró-Rússia localizada no leste ucraniano.
Quem são
Alexander Drueke tem 39 anos e serviu nas forças do estado do Alabama (EUA). Além da missão na Ucrânia, Drueke já havia servido no Iraque. Ele é filho de Lois Drueke e tem um cachorro chamado Diesel, um mastim inglês.
Ex-sargento do Exército, Drueke desapareceu este mês perto da cidade de Kharkiv, no nordeste do país, não muito longe da fronteira russa, e teria viajado para a Ucrânia para ensinar as forças ucranianas a usar armas fabricadas nos Estados Unidos, disseram familiares.
Andy Tai Huynh também prestou serviço para as forças do Estado do Alabama. Ele tem 27 anos e já foi fuzileiro naval pela marinha americana.
O deputado Robert Aderholt disse que Huynh se ofereceu para lutar com o exército ucraniano contra a Rússia, mas parentes não têm notícias dele desde 8 de junho, quando ele estava na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que fica perto da fronteira russa. Huynh e Drueke estavam juntos, disse um assessor de Aderholt.
Ele também está noivo de uma mulher residente dos EUA.