Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de março de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Quem percorre as rodovias no Rio Grande do Sul encontra muitos trechos esburacados e pouquíssimas balanças para conferir o peso das cargas que os caminhões carregam. Cada eixo de veículo pesado pode suportar até 8 toneladas. As raras aferições já constataram que os motoristas levam o dobro. Não existe asfalto que resista.
Culpa do excesso
Engenheiros explicam que o asfalto pode ser comparado a uma espécie de mola que se movimenta. À medida em que recebe peso acima da capacidade, perde a flexibilidade, tornando-se rígido. É quando surgem as rachaduras. A partir daí, com as chuvas, a água provoca os buracos.
Diferença
A Estrada do Mar é um exemplo: sem o peso dos caminhões de carga e dos ônibus, mantém-se praticamente sem manutenção há 30 anos.
Mesma tecla
Rodovia sem balança reduz em 40 por cento sua vida útil. Quando se pergunta às autoridades estaduais e federais o motivo pelo qual não há o equipamento, a resposta é sempre a mesma: falta dinheiro para comprar e instalar, além de pessoal para fazer o controle durante as 24 horas.
Em sigilo
O governo do Estado não quer errar quando tiver de se desfazer de suas poucas estatais. Por isso, vai escalar esta semana dois técnicos que acompanharão o processo da União para privatizar 131 empresas e tentar obter 30 bilhões de reais. Só o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras ficarão sob controle do governo federal. Com a crise, foi perdida a capacidade de investir nas estais. Ao mesmo tempo, muitas trafegam na coluna do prejuízo.
Diferenças injustificadas
O deputado federal Giovani Cherini escolheu o alvo para este ano: combate aos supersalários no funcionalismo público. Esta semana, na tribuna, denunciará contracheques com aposentadorias de 150 mil reais e salários que atingem 400 mil. Depois, perguntará se o teto salarial, fixado na Constituição Federal, é apenas uma ficção.
Ainda no ponto morto
A renovação de 47,3 por cento na composição da Câmara dos Deputados ainda precisa demonstrar na prática o seu sentido.
Freio e aceleração
Não é só a GM em Gravataí. A direção da Mercedes-Benz ameaça deixar Minas Gerais, onde está desde 1999, alegando que o lucro anda baixo. Foi a primeira fábrica da empresa instalada fora da Alemanha. Correndo por fora, o governo de São Paulo abre as portas e o cofre: dará 25 por cento de desconto no ICMS às montadoras de veículos que investirem mais de 1 bilhão de reais e criarem, no mínimo, 400 empregos.
Motivo
A iniciativa de São Paulo é uma reação tardia ao fechamento da unidade da Ford em São Bernardo do Campo. Criada em 1967, recentemente dispensou 2 mil e 400 empregados. Agora, reforçará a produção em Camaçari.
Um automóvel no valor de 70 mil reais, que sai da fábrica em Camaçari, recolhe 14 mil reais de impostos a menos do que em São Paulo. Por isso, a Ford vai concentrar a produção na Bahia.
Há 30 anos
Em uma próxima reunião do PC do B gaúcho, algum camarada vai se encorajar, lendo trecho do artigo Reconsiderações do Capitalismo, publicado em março de 1989 pelo Beijing Informa, semanário oficial de divulgação do governo chinês:
“No largo rio da História, o capitalismo promoveu o desenvolvimento das forças produtivas a uma altura onde elas superam por imensa margem a soma total de todas as épocas anteriores. O capitalismo rompeu o jugo das relações sociais, transformando escravos, servos e camponeses de sua condição dependente em trabalhadores assalariados livres”.
As bases vão tremer.
Museu ideológico
O populismo no continente restringe-se hoje à isolada Venezuela. Tem um ditador que se segura no poder das armas e na intimidação, mas o povo foge pelas fronteiras.
Não dá para duvidar
O Barão de Itararé, com sabedoria e bom humor, dizia: “O mal do governo não é a falta de persistência, mas a persistência na falta.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.