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Celebridades Como Tina Turner superou a violência doméstica para tornar-se ícone da música

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Tina morreu em maio, aos 83 anos. (Foto: Reprodução)

Tina Turner foi o símbolo da resistência do rock por 50 anos. Sua versão de “Proud Mary” era 175% mais longa do que a original e John Fogerty nem dançava. Ela se transformou em uma estrela ao lado de Ike Turner aos 20 e poucos anos, fugiu dos abusos dele aos 30, batalhou a volta ao topo das paradas pop aos 40, fez turnê mundial durante os 60 e, agora, gostaria de dormir até mais tarde.

Ela tem 79 anos. Aposentou-se há 10 e ainda se delicia em não fazer nada. “Não canto. Não danço. Não me arrumo”, confessou.

Até mesmo a peruca — “uma parte crucial do visual Tina Turner”, como ela escreveu recentemente em suas memórias — ficou mais relaxada e trocou a posição perpendicular de antes por um visual atrevido. A voz está mais sedutora do que nunca, apesar de, agora, ser empregada para outros fins.

Ela não sente falta de se apresentar. Mesmo em 2009, enquanto rodava o mundo para cumprir as últimas datas da turnê “Tina! 50º Aniversário”, ela só pensava, para ser honesta, em redecorar a casa. Tina viveu aquela vida com Ike, depois conquistou aquela vida com uma vida própria e, agora, era chegada a hora de desfrutar da vista do Lago de Zurique.

“Eu simplesmente estava cansada de cantar e fazer todo mundo feliz. Foi tudo o que sempre fiz na vida”, revelou.

Porém, de vez em quando, ela anda de carro. O rádio é ligado e o marido, Erwin Bach, começa a cantarolar de forma respeitosa ao lado dela. É aí que ela dá à música o tratamento completo de Tina Turner, balançando no assento e fazendo seus sons característicos para esse público de apenas uma pessoa.

Turner pode até não cantar muito hoje em dia, mas há um batalhão de Tinas se apresentando ao redor do mundo em seu nome. “Tina: The Tina Turner Musical” é baseado na vida dela e tem trilha sonora composta por seus sucessos. Já levou uma Tina para Londres e outra para Hamburgo, na Alemanha. Logo, levará uma Tina para a Broadway, quando a produção de 16,5 milhões de dólares estrear no Teatro Lunt-Fontanne, em outubro.

Dirigido por Phyllida Lloyd (“Mamma Mia!”), o espetáculo cobre quatro décadas da vida de Turner. Começa quando ela ainda era a pequena Anna Mae Bullock em Nutbush, no Tennessee, e perpassa a década de 1980, quando se transformou na estrela do pop mais feroz do planeta. O musical traça a ascensão triunfante de Tina como artista solo e o romance florescente com Bach, mas, antes, destrincha os 16 anos que passou com Ike. Ela o conheceu aos 17 anos. Ele era o líder arrogante de uma banda em St. Louis e ela, Anna Mae.

Ike lhe possibilitou a entrada na carreira artística, mas, no fim, quase fez com que ela odiasse música. Ele mudou o nome dela, registrou-o como marca comercial dele e passou a ser seu dono. Ele roubou todos os ganhos de Tina. Jogou café escaldante no seu rosto. Quebrou sua mandíbula. E, em meio a tudo isso, a obrigava a cantar, mesmo que ela tivesse sangue escorrendo pela garganta.

Quando Tina finalmente escapou de Ike, em 1976, partiu com apenas 36 centavos no bolso. Tinha a cabeça tão inchada pelos espancamentos que precisou deixar até mesmo a peruca. E estava endividada. Todas as casas de show que precisaram cancelar as apresentações da turnê Ike & Tina Turner Revue ligavam para cobrar, e elas não estavam interessadas em lançar a carreira solo de uma mulher negra solteira de 37 anos.

Ela gravou o álbum de retorno em 1984, “Private Dancer”, em Londres e fotografou a capa do single de 1990, “Foreign Affair”, literalmente pendurada da Torre Eiffel, Paris a seus pés.

Tina tinha acabado de chegar a Colônia, na Alemanha, quando o viu. Um representante da gravadora dela, a EMI, emergiu de trás de uma coluna vestindo uma jaqueta vistosa como se fosse um tipo de namorado alemão pronto para salvar o dia. Ela amou os olhos dele. Amou o nariz.

Ela tinha 46 anos; ele, 30. A imprensa o chamava de brinquedo sexual dela. No entanto, aqui estão eles, mais de 30 anos depois, e o cabelo grisalho de Bach, agora, cai para trás, liso, de uma maneira que agrada a Turner. Ele a chama de “Bärli” (ursinho, em alemão) e “Schatzi” (querida), mas sob nenhuma circunstância revela o apelido dela para ele.

Há muitos anos, quando Turner teve de fazer diálise e corria risco de vida, o marido deu a ela um rim. “Eu faria isso de novo”, garantiu.

Tina Turner se transformou em símbolo de muitas coisas — apelo sexual, resiliência, empoderamento — com as quais não consegue se identificar. Ela não tentava ser sexy no palco; pingava em bicas para vender suas músicas. E a ideia de relacionar sua vida ao movimento feminista, ou redefini-la pelas lentes do movimento #MeToo, parece estranha a ela.

“Eu me identifico apenas com minha vida”, declarou. Enquanto todos a transformavam em símbolo, “eu estava ocupada, fazendo isso. Fazendo o trabalho”.

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https://www.osul.com.br/saiba-como-a-cantora-tina-turner-superou-a-violencia-domestica-para-se-tornar-um-icone-da-musica/ Como Tina Turner superou a violência doméstica para tornar-se ícone da música 2019-09-24
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