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Brasil Saiba como Mauricio Macri pode usar a aproximação com o presidente Jair Bolsonaro para enfrentar o ano difícil na Argentina

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O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Mauricio Macri (D), durante almoço no Palácio do Itamaraty. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Neste ano de eleição presidencial na Argentina, o presidente Mauricio Macri, provável candidato à reeleição, sugere uma guinada ainda mais à direita ao se aproximar, com maior sintonia que a esperada, do presidente Jair Bolsonaro.

Mesmo sendo um político alinhado à direita, Macri é visto como “à esquerda de Bolsonaro”. Segundo analistas argentinos, porém, ele tem “clareza” da importância para a Argentina de manter uma boa relação com o novo presidente brasileiro, já que o Brasil é o principal sócio econômico da Argentina e aliado ainda em outros temas, como o nuclear.

Ao se aproximar de Bolsonaro, entendem os especialistas, Macri estaria de olho também nas urnas e na decisão de fazer frente à ex-presidente Cristina Kirchner, sua principal opositora política. Especula-se na Argentina que ela, antecessora de Macri, poderia voltar a ser candidata à Casa Rosada, a sede da Presidência argentina.

Para o analista Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria, a aproximação de Macri a Bolsonaro faz parte da “estratégia eleitoral” do presidente argentino. Outros pesquisadores, como o sociólogo e professor Andrés Kozel, da Universidade San Martín, de Buenos Aires, observaram que a aproximação também pode ter um custo, já que Bolsonaro é um politico controverso para parte do eleitorado argentino.

“Para muitos Bolsonaro é um nome que simboliza a solução simples e rápida para problemas complicados; mas, para outros tantos, é alguém que representa a extrema direita, uma postura que rejeitam fortemente”, afirmou Kozel.

No encontro que teve com Bolsonaro em Brasília, nesta semana, Macri convidou o colega brasileiro para visitar a Argentina, o que está previsto para abril, quando a campanha eleitoral para o pleito de outubro estará esquentando no país vizinho.

Pesquisas apontam que Cristina Kirchner seria a principal adversária de Macri no terreno eleitoral. As candidaturas ainda não foram oficialmente definidas e não está confirmado se a antecessora de Macri, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, tentará voltar à Casa Rosada.

Maduro

Cristina, que é amiga dos ex-presidentes Lula e Dilma (como ela mesma costuma dizer), foi aliada do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez (1954-2013). Integrantes do governo Macri costumam alegar que o retorno dela ao poder poderia levar a Argentina “a seguir os passos” da crise econômico-política que assola a Venezuela. A afirmação vem sendo repetida desde que Macri assumiu a Presidência em dezembro de 2015.

Em Brasília, a presença de Macri no Palácio do Planalto foi transmitida ao vivo por televisões e rádios de Buenos Aires. O presidente argentino aproveitou a ocasião para dizer que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é “um ditador que quer se perpetuar no poder com eleições fictícias” e que a Assembleia Nacional venezuelana, liderada pela oposição, é “a única instituição legitima na Venezuela, eleita democraticamente pelo povo”.

Não foi a primeira vez que Macri criticou o governo venezuelano, mas chamou a atenção de comentaristas argentinos o fato de ele ter sido mais enfático que seu colega brasileiro ao chamar Maduro de “ditador”.

“Muito entusiasmado”

No dia seguinte ao encontro com Bolsonaro, na quinta-feira (17), Macri disse que voltou do Brasil “muito entusiasmado” e que existe “uma determinação de trabalho conjunto” e “muitas coincidências” entre os dois governos. Um dos exemplos citado pelo argentino foi a decisão bilateral de “acelerar a integração” e “abrir mais o Mercosul”.

A expectativa seria, por exemplo, que os países fundadores do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) possam realizar tratados de livre-comércio isoladamente e não obrigatoriamente em grupo.

Analistas argentinos e fontes do governo brasileiro, que falaram sob a condição do anonimato, disseram que houve “sintonia” entre os dois presidentes e “identidade de propósitos” sobre o Mercosul e sobre a “agenda de segurança” interna, bilateral e regional.

Uma fonte em Brasília disse ainda que parece que Macri teria interpretado que pode ser positivo “colar sua imagem” a alguém que acaba de ser eleito com “uma agenda liberalizante” e “com ênfase na segurança”.

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https://www.osul.com.br/saiba-como-mauricio-macri-pode-usar-a-aproximacao-com-o-presidente-bolsonaro-para-enfrentar-o-ano-dificil-na-argentina/ Saiba como Mauricio Macri pode usar a aproximação com o presidente Jair Bolsonaro para enfrentar o ano difícil na Argentina 2019-01-19
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