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Brasil Saiba como os maiores doleiros do Brasil criaram um banco clandestino para lavar dinheiro

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O levantamento foi feito pela agência classificadora de risco Austin Rating. (Foto: Reprodução)

O esquema de lavagem de dinheiro criado pelos doleiros investigados na Operação Câmbio, Desligo, desdobramento da Lava-Jato, funcionava como um verdadeiro banco clandestino, do qual participavam os “sócios” Dário Messer, Vinícius Claret e Cláudio Barbosa.

Do Uruguai, o trio se aliava a dezenas de outros doleiros para, entre outras transações, enviar dinheiro em espécie ao exterior e compensá-los com operações de dólar-cabo. Os recursos voltavam “limpos” e eram repassados a políticos, empresários e outros beneficiários.

Um dos principais clientes era o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso em novembro de 2016 e já sentenciado pela Lava-Jato a cem anos de prisão. Os operadores do político, os irmãos Marcelo e Renato Chabar, lavaram cerca de US$ 100 milhões com o auxílio da rede de câmbio.

Além do trio de doleiros, outros 40 integram o organograma do esquema. De 2010 a 2016, a engrenagem movimentou mais de R$ 3,7 bilhões.

Reais

Além das transações de dólar-cabo, o trio liderado por Messer fazia uma ponte entre clientes que necessitavam de reais em espécie e outros que demandavam montantes de dólar no exterior. Conforme o procurador da força-tarefa Rodrigo Timóteo, isso funcionava como uma “câmara de compensação”, isto é, uma troca entre partes cujos interesses se cruzavam.

Quem precisava de dólares indicava contas bancárias para que os doleiros depositassem quantias em real, e a “compensação” era repassada ao cliente que pedia montantes em dólar.

“Alguém que demandava dólar fornecia uma conta no exterior, e o que demandava real fazia o depósito no exterior. Assim que o TED era feito no exterior, o compensador realizava o pagamento em real no Brasil”, disse Timóteo.
“Eles faziam essa junção entre a demanda de dólar no exterior e a demanda de reais no País. Essas duas pontas têm uma íntima ligação com todo o ciclo da corrupção. É de uma complexidade tal qual um sistema bancário.”

Entre os que geravam dólares no exterior estava, por exemplo, a Odebrecht, que já foi alvo de investigações anteriores da Lava-Jato. Os membros da força-tarefa informaram que ainda não foi possível identificar se há outros políticos e empresários envolvidos no esquema. “As informações estão sendo processadas”, disse o procurador Sérgio Pinel.

Sistemas

Para organizar e controlar o esquema, Claret, conhecido pelo codinome “Juca Bala”, e Barbosa, o “Tony”, desenvolveram um sistema informatizado, o “Bankdrop”. Nele, os investigadores encontraram mais de empresas 3 mil offs-hores, com contas em 52 países.

Outro sistema, chamado “ST”, registrava todas as operações de cada doleiro como uma espécie de conta corrente e foi utilizado para controlar a movimentação dos recursos tanto no Brasil quanto no exterior.

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