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Notícias Saiba como o treinador de futebol conseguiu manter os 12 meninos vivos na caverna inundada na Tailândia

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Ekapol Chanthawong (D) cedeu sua cota de água e comida ao grupo. (Foto: Reprodução)

O treinador do time de futebol juvenil tailandês passou a manhã de 23 de junho preparando seu jovem assistente para uma tarefa importante: cuidar dos meninos sozinho. Nopparat Khanthavong, 37 anos, o treinador-chefe dos Moo Pa (Javalis Selvagens), tinha um compromisso naquela manhã.

Ekapol Chanthawong, o assistente, levaria os jovens a um campo de futebol no meio das montanhas Doi Nang Non, formação com numerosas cachoeiras e cavernas que fica na fronteira entre a Tailândia e Mianmar.

Aos 25 anos, Ekapol treina os meninos mais moços, por isso Nopparat lhe disse para levar alguns jogadores do time mais velho para ajudarem a vigiar os menores. “Tome cuidado”, escreveu ele.

As horas seguintes trouxeram uma série de acontecimentos que paralisaram o mundo: uma busca dramática que localizou os meninos vivos nove dias depois, amontoados em um local pequeno e enlameado, cercados por águas de enchente.

A atenção se concentrou no único adulto, o ex-monge Ekapol, e em seu papel na difícil situação dos meninos, assim como na sobrevivência deles. Enquanto o resgate do grupo está em andamento, alguns o criticaram por ter permitido que os garotos entrassem na caverna.

Uma grande placa de advertência na entrada diz que o interior é arriscado quando se aproxima o período das fortes chuvas, e ele deveria ter se precavido. Mas para muitos na Tailândia, Ekapol (que deixou a vida no mosteiro há três anos depois e entrou nos Javalis Selvagens como treinador-assistente), é quase uma força divina enviada para proteger os meninos.

Segundo autoridades do resgate, ele é um dos mais fracos no grupo, inclusive porque deu aos meninos sua parte da comida e da água que tinham levado. Ele também ensinou aos meninos a meditar e conservar o máximo de energia possível até que fossem encontrados.

“Se ele não tivesse ido junto, o que teria acontecido com meu filho?”, questionou a mãe de Pornchai Khamluang, um dos jovens na caverna. “Eu jamais o culparia!”

Trajetória

Ekapol ficou órfão aos 10 anos e então estudou para ser monge, mas deixou o mosteiro para cuidar de sua avó doente. Ele passou a dividir o seu tempo trabalhando como ajudante no templo de um mosteiro e treinando o então recém-criado time Moo Pa.

Encontrou espíritos semelhantes nos meninos, muitos dos quais cresceram pobres ou eram membros de minorias sem país, comuns na área de fronteira entre Mianmar e a Tailândia. “Ele os amava mais que a si mesmo”, disse um antigo amigo que trabalha em uma barraca de café.

Ele ajudou Nopparat, o treinador-chefe, a criar um sistema que usava a paixão dos meninos pelo futebol como motivo para ir bem nos estudos. Se eles tirassem boas notas na escola, seriam recompensados com equipamento esportivo, como novas traves para as chuteiras ou calções novos.

Os dois passavam tempo procurando patrocinadores e usaram o time de Moo Pa para provar aos meninos que podiam se tornar algo mais do que sugeria sua pequena cidade. “Ele dava muito de si mesmo”, disse Nopparat. “Apanhava e levava os meninos para casa quando os pais não podiam e se responsabilizava como se fossem de sua família.”

Ekapol também mantinha os meninos em um rígido cronograma de treinos, incluindo pedalar pelos morros ao redor de Mae Sai. Naquele sábado Nopparat não sabia aonde Ekapol levaria o time de futebol juvenil, mas pensou que seria uma experiência de aprendizado ele cuidar dos meninos sozinho.

Os garotos mais velhos teriam uma partida à noite, por isso o técnico desligou seu telefone. Quando o verificou, às 19h, havia quase 20 telefonemas de pais preocupados, cujos filhos não tinham voltado para casa.

Ele ligou freneticamente para Ekapol e para vários meninos na sequência, mas só conseguiu falar com Songpol Kanthawong, um membro de 13 anos, cuja mãe o apanhou após o treino. Ele disse a Nopparat que o time tinha ido explorar as cavernas de Tham Luang.

O treinador correu para lá, onde encontrou as bicicletas e mochilas na entrada, e água escorrendo pelo caminho enlameado. “Meu corpo ficou gelado”, contou o técnico.

As informações começaram a surgir aos poucos sobre a difícil situação dos meninos durante nove dias, até que foram localizados no dia 2, por meio de cartas e comunicação limitada entre o treinador, time e socorristas que estiveram com eles em uma pequena câmara da caverna.

Os amigos de Ekapol se preocupam. Ele gozava de total confiança dos meninos e é improvável que estes fossem explorar a caverna sem ele. “Eu o conheço e sei que vai culpar a si próprio”, disse outro amigo.

No sábado, a Marinha tailandesa publicou fotos das cartas do grupo. A de Ekapol era curta: “Prometo cuidar ao máximo destes meninos. Quero agradecer por todo o apoio e pedir desculpas”.

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