Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2015
O futebol mundial ficou de ponta-cabeça a partir de 27 de maio de 2015. Quando o então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, e seis dirigentes ligados à Fifa (Federação Internacional de Futebol) foram detidos por suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes, começava um escândalo recheado de mistérios, denúncias de propinas e uma série de pedidos de CPI a prisões. Lembre de cada escândalo que surgiu em torno da Fifa este ano.
Maio.
Em parceria entre FBI (a polícia federal americana) e a Polícia da Suíça, sete dirigentes da Fifa são presos em Zurique. As suspeitas recaem também sobre a escolha das sedes das Copas de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar, e até sobre a escolha da África do Sul como país-sede em 2010. Como as investigações no exterior se estendem a contratos feitos pela CBF, o senador Romário pede uma CPI da CBF e há operação policial no Brasil. Joseph Blatter se pronuncia oficialmente, afirmando que o escândalo parte de “uma minoria” e que é vítima de complôs. No fim do mês, o dirigente suíço vence as eleições da Fifa no segundo turno. Marco Polo Del Nero assume o cargo de presidente da CBF.
Junho.
As acusações de corrupção se estendem ao francês Jérome Valcke. O então secretário-geral da Fifa é acusado de estar envolvido em um pagamento de propina de 10 milhões de dólares. Blatter renuncia ao cargo de presidente da Fifa. Após dizer “o mundo do futebol não vem me apoiando”, o dirigente declara que seguirá no cargo até a convocação das novas eleições.
Em sabatina na Câmara dos Deputados, Del Nero nega sociedade com o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e José Hawilla, dono da agência Traffic, diz que não fez acusação irregular de imóvel de luxo no Rio de Janeiro e garante não ver motivos para quebra de seu sigilo bancário. Surgem especulações de que Teixeira e outros dirigentes da entidade teriam recebido propina para votar no Qatar como país-sede para a Copa do Mundo de 2022.
Julho.
A Justiça suíça faz 28 investigações sobre pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro na Fifa. Blatter marca as eleições da Fifa para 26 de fevereiro de 2016. Hawilla negocia acordo de confissão nos Estados Unidos. Em solo americano, o acordo entre CBF e Nike começa a ser investigado.
Agosto.
Um dos detidos por suspeita de corrupção, o empresário argentino Alejandro Burzaco paga 20 milhões de dólares de fiança à Justiça dos Estados Unidos em troca de entregar outros dirigentes envolvidos no esquema ao FBI. Uma comissão do Senado aprova a quebra do sigilo bancário de Del Nero e do empresário Wagner Abrahão, proprietário do Grupo Águia. Amigo pessoal de Teixeira, Abrahão teria ajudado Del Nero a financiar um imóvel de luxo no Rio de Janeiro.
Setembro.
Um dos pré-candidatos à Fifa, Michel Platini é acusado por outro pré-candidato, Chung-Mong-Jong, de fraude em troca de apoio na eleição para suceder Blatter. O príncipe Ali bin Al-Hussein também anuncia sua pré-candidatura.
Jérome Valcke é afastado do cargo de secretário-geral da Fifa. Ele é acusado de fazer parte de um esquema de venda ilegal de ingressos de partidas da Copa do Mundo de 2014. A Fifa dá aval “sob condições” para investigar seus e-mails, e o cargo passa a ser ocupado por Markus Kattner. Blatter é acusado pela primeira vez de cometer um ato ilícito. A Justiça da Suíça o investiga por apropriação indébita. O suíço diz que não renunciará ao cargo.
Outubro.
A pressão à Fifa começa a aumentar. Coca-Cola, McDonald’s e Adidas se manifestam oficialmente, exigindo a saída de Joseph Blatter da presidência e reformas profundas na entidade. O martelo é batido. Em 8 de outubro, o Comitê de Ética da Fifa decide suspender por 90 dias provisoriamente Blatter, Platini e Valcke. O coreano Chung Mong-Joon é afastado por seis anos. Hawilla confessa que paga propinas por direitos de transmissão de competições da Fifa e Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).
