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Saúde Saiba o que é hanseníase e como tratar a doença

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O Brasil é o segundo país com maior número de casos, perdendo apenas para a Índia. (Foto: Reprodução)

A hanseníase – chamada antigamente de lepra – é uma doença crônica e transmissível provocada pela bactéria Mycobacterium leprae. Apesar de seus principais sintomas serem marcas na pele, ela não é transmitida pelo toque nas feridas, e sim por contato com gotículas de saliva e secreções nasais por um longo período de tempo.

No entanto, ela só é passada de um indivíduo que pegou uma forma contagiante e que não está em tratamento para alguém considerado suscetível.

Entenda: “Para pegar a doença, você precisa ter uma grande suscetibilidade a ela. Isso só acontece com cerca de 5% da população. A maioria é resistente e não desenvolverá o problema mesmo se tiver contato com versões contagiantes”, tranquiliza a dermatologista Sandra Durães, coordenadora do departamento de hanseníase na Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A incubação da M. leprae – ou seja, o tempo que leva para surgirem os sintomas após o contágio – demora de três a sete anos. Esse longo tempo é um dos fatores que dificulta o controle da doença.

Sintomas

Sandra explica que o alvo da Mycobacterium leprae são os nervos periféricos, que saem da medula e se espalham pelo corpo todo. “O que acontece com a pele é consequência do acometimento desse nervo”, informa.

É por conta disso que os primeiros sinais são lesões na derme: manchas brancas e vermelhas, placas, caroços, ressecamento e queda de pelos.

Quando não se inicia o tratamento no começo, ocorrem também perda de sensibilidade, posturas inadequadas, deformações nos membros, perda de força muscular, sensação de formigamento e dormência nos pés e nas mãos.

“Como ela entra no corpo pelas mucosas nasais, pode haver ainda uma sensação de nariz entupido”, acrescenta a dermatologista.

Fatores de risco

Como dissemos, para pegar hanseníase é preciso ser suscetível à ela. Essa característica é definida por fatores genéticos.

Porém, o risco aumenta para populações vulneráveis, com baixa renda e escolaridade e que vivem em moradias insalubres. “Ela é conhecida como uma doença ligada à pobreza. Está entre as enfermidades que atingem populações negligenciadas”, aponta a médica.

Tanto que o Brasil, por ser muito desigual socioeconomicamente, é o segundo país com maior número de casos, perdendo apenas para a Índia.

Tipos

Outro fator necessário para que ocorra a infecção é o tipo de hanseníase, já que algumas são menos transmissíveis. Confira quais são:

— Paucibacilar: é dividida entre a hanseníase indeterminada, na qual há poucas manchas de contornos mal definidos e sem comprometimento neural, e a tuberculóide, caracterizada também por poucas lesões, mas melhor definidas e já com um nervo afetado. Ambas são versões menos infecciosas.

— Multibacilar: aqui temos a hanseníase dimorfa, marcada por muitas manchas e placas, comprometimento de vários nervos e episódios de piora durante ou após o tratamento – as chamadas reações hansênicas ou estados reacionais. Por fim, há a virchowiana, que é a forma mais grave e com mais sintomas na pele, nos nervos e nos órgãos internos. Por terem maiores cargas bacterianas, as multibacilares são as versões mais contagiantes.

Tratamento

O tratamento é baseado em poliquimioterapia, que consiste em um esquema de vários antibióticos. Uma parte deles deve ser recebido uma vez por mês nas unidades básicas de saúde (UBSs) ou centros de referência, sendo utilizados no próprio ambulatório sob a supervisão da equipe médica. As doses diárias restantes são tomadas em casa.

A terapia varia de acordo com o tipo da enfermidade. Para a paucibacilar, dura seis meses. Já para a multibacilar, leva um ano.

“O paciente tem que estar muito bem orientado sobre o tratamento, porque ele é longo. Se deixar de tomar muitas doses supervisionadas, tem que refazer tudo”, avisa a dermatologista. Cabe frisar que o esquema terapêutico é oferecido exclusivamente no SUS.

Sandra lembra que cerca de 40% das pessoas doentes ainda correm o risco de passar pelas reações hansênicas durante ou depois da terapia, como citamos antes. Nesses quadros, as lesões dão uma piorada e surgem febre e dor nos nervos.

“Normalmente, isso acontece quando o indivíduo não elimina totalmente os detritos inflamatórios. Aí, quando surgem outras infecções, como um simples resfriado, o sistema imune é estimulado e reage dessa forma”, esclarece a especialista.

Ao finalizar a poliquimioterapia, o paciente é considerado curado. Contudo, os medicamentos não são capazes de restaurar os estragos nos nervos periféricos. Por isso é tão importante realizar o diagnóstico precoce e iniciar a terapia o quanto antes.

Nos casos em que a doença já tiver avançado, será necessário, junto aos antibióticos, fazer um trabalho de prevenção à incapacidade. Ele consiste em fisioterapia e orientações para evitar infecções e novas lesões no dia a dia.

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https://www.osul.com.br/saiba-o-que-e-hanseniase-e-como-tratar-a-doenca/ Saiba o que é hanseníase e como tratar a doença 2021-06-13
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