Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2019
No último sábado (27), o modelo mineiro Tales Cotta, de 25 anos, morreu após sofrer um mal súbito durante um dos desfiles da São Paulo Fashion Week. De acordo com o comunicado do evento, Tales foi socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu e acabou falecendo. Mas o que pode levar a pessoa a um mal súbito?
Uma das hipóteses no caso do modelo, é que um ataque epilético ou convulsão gerou o problema. Entretanto, é pouco provável que a epilepsia seja a causa da morte. De acordo com o neurologista Luis Otávio Caboclo, o mal súbito provavelmente deve ter sido de origem cardíaca, que parece algumas vezes com uma crise epilética. Só o laudo da morte poderá revelar a causa correta. O laudo deve sair entre 60 e 90 dias.
Mas o que é o mal súbito?
A morte súbita já é decorrente de uma arritmia cardíaca. O coração para de funcionar, não há fluxo de oxigênio no cérebro e o paciente cai desacordado. O atendimento médico tem apenas dez minutos para tentar reverter essa parada cardíaca.
“É um tipo de morte relativamente frequente no Brasil. Dados estimados dão conta que entre 250 a 300 mil pessoas morram assim por ano no País. Normalmente acomete pacientes com mais de 45 anos em decorrência de doença coronariana”, explica o cardiologista Fausto Stauffer, coordenador da área no Hospital Santa Lúcia Norte e diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Distrito Federal.
Em jovens, como o modelo Tales, a explicação pode ser algum problema estrutural do coração; alguma doença que atinja a condução elétrica do órgão; ou doenças genéticas. Por isso, é importante fazer check up, principalmente em atletas que vão competir profissionalmente.
“O paciente pode ser totalmente assintomático até evoluir para uma morte súbita. O jovem que morre em um campo de futebol, ou passarela, não sente nada. A primeira apresentação da doença já é a morte”, conta o cardiologista.
Ainda segundo o especialista, apesar de ter sido ventilado o uso de drogas, jejum e desidratação, fatores que podem potencializar o risco de morte súbita, os três apontamentos isoladamente não levam ao óbito, apenas em casos muito extremos.