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Mundo Saiba por que a Argentina está de volta aos braços do Fundo Monetário Internacional

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(Foto: Banco de Dados/O Sul)

A relação de amor e ódio entre a Argentina e o FMI (Fundo Monetário Internacional) ganhou mais um capítulo na terça-feira (8), quando o presidente Mauricio Macri anunciou que recorreria ao organismo multilateral de crédito para pedir ajuda econômica. O governo argentino pretende obter uma linha de crédito – que qualificou de “preventivo” – de ao menos US$ 30 bilhões. A medida contraria declarações do próprio ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, que em março de 2017 prometera que o país não voltaria aos empréstimos do FMI.

A intenção do pedido de crédito do governo Macri é conter a sangria que se estabeleceu na situação cambial argentina, com a recente escalada do dólar que já levou o governo a subir a taxa de juros de 22% para 40%. O aumento significativo dos juros não acalmou o mercado e a fuga de capitais continuou. Na terça-feira, antes do anúncio do pedido de auxílio, a moeda americana bateu novo recorde, chegando a 23,40 pesos. Na Argentina, onde muitos têm o hábito de poupar e de pensar em dólares desde os anos 1970, o comportamento da moeda americana costuma ser observado de perto por grande parte da população.

“A bateria de medidas monetárias e fiscais ainda são vistas como insuficientes e além disso há preocupação com os efeitos (das medidas e da alta do dólar) na inflação e no crescimento”, disse o economista Gustavo Ber.

O ministro da Fazenda afirmou que o governo buscou o crédito externo para tentar estabilizar a situação e retomar seu plano gradual. “O fundo tem juros mais baixos que os do mercado. Somos pragmáticos e estamos atentos para reagir da melhor maneira para cuidar da Argentina e especialmente dos mais carentes”, disse o ministro diante das câmeras de TV.

Dujovne disse que, no atual contexto internacional, o socorro do FMI daria “maior previsibilidade”. Com a popularidade de Macri e do governo em baixa, as atenções agora voltam-se para a oposição, que busca aprovar na Câmara dos Deputados o fim dos aumentos das tarifas dos serviços públicos – um dos pilares do ajuste fiscal do governo Macri.

O ministro Dujovne indicou que Macri vetará a medida caso seja aprovada no Congresso. “É uma demagogia. Não podemos aumentar gastos agora”, disse.

Espiral inflacionária

Parte do temor que levou a Casa Rosada a voltar os olhos para o FMI é o de que a alta do dólar e das taxas de juros acabe sendo transferida para os preços, alimentando ainda mais a inflação que este ano, segundo analistas, ficará novamente – no terceiro ano consecutivo da gestão Macri – acima da meta.

O objetivo estabelecido pelo Banco Central argentino é de 15%, mas analistas estimam que o índice passará dos 22%. Para tentar conter a escalada inflacionária, o governo Macri pediu às petroleiras que congelem preços por dois meses e ainda apelou aos bancos para que colocassem dólares no mercado na tentativa de frear a alta da moeda americana. No início de seu governo, Macri adotou como uma de suas bandeiras, justamente, a liberação dos preços de combustíveis.

Capitulação

Na terça-feira, no fim de uma manhã agitada, Macri justificou num pronunciamento à nação os motivos para o apelo ao Fundo. “Diante dessa nova situação internacional, e de maneira preventiva, decidi iniciar conversas com o FMI para que nos dê uma linha preventiva de apoio financeiro”, disse.

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https://www.osul.com.br/saiba-por-que-a-argentina-esta-de-volta-aos-bracos-do-fundo-monetario-internacional/ Saiba por que a Argentina está de volta aos braços do Fundo Monetário Internacional 2018-05-09
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