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Por Redação O Sul | 26 de maio de 2016
Há quatro anos, cientistas da Nasa (agência espacial americana) revelaram que a colisão da nossa galáxia com Andrômeda – a vizinha mais próxima da Via Láctea – é inevitável e acontecerá daqui a aproximadamente 4 bilhões de anos. Essa previsão foi possível graças a medições realizadas pelo telescópio Hubble ao monitorar o movimento de Andrômeda, localizada a 2,5 milhões de anos-luz daqui.
Ambas as galáxias estão se atraindo mutuamente graças à força da gravidade que age entre os corpos. Nosso Sistema Solar não corre risco de ser destruído com esse impacto de proporções astronômicas, mas não sairemos completamente ilesos: o Sol provavelmente será “arrastado” para uma nova região da nossa galáxia e a Terra certamente sentirá os impactos do deslocamento do nosso astro-rei – isso se nós, humanos, não destruirmos nosso planeta primeiro.
Para os especialistas da Nasa, esse evento cósmico acontecerá de maneira similar a uma partida de beisebol, na qual a Via Láctea seria o rebatedor que está à espera de uma bola – que seria a galáxia Andrômeda. Mas, nesse caso, nossa galáxia receberá bilhões de “bolas” em chamas no formato de estrelas de dimensões muito superiores à da Terra.
Nova supergaláxia.
Andrômeda navega pelo Cosmos em direção à Via Láctea a uma velocidade de 402.366 quilômetros por hora e a colisão transformará nossa visão do céu à noite de um jeito que nenhum ser humano jamais viu em toda a história de sua existência. Calcula-se que todo o processo de unificação entre as duas galáxias vizinhas dure mais 2 bilhões de anos e o resultado final será uma nova supergaláxia em formato elíptico.
Pode ser que a colisão já esteja acontecendo e nem nos demos conta disso ainda. Isso porque, no ano passado, foi observada uma auréola de gás quente – também conhecida como halo – ao redor da galáxia de Andrômeda. Esse halo mede 1 milhão de anos-luz no espaço, de acordo com cientistas que analisaram dados de quasares distantes obtidos pelo Hubble. E a Via Láctea também possui um halo de dimensões comparáveis às da galáxia vizinha – ou seja, ambas as auréolas gasosas já devem estar em contato.
“Conforme a luz dos quasares viaja em direção ao Hubble, o gás do halo absorve um pouco dessa iluminação, que se torna um pouco mais opaca em pequenos comprimentos de onda. Ao medir a queda no brilho nesse intervalo, podemos determinar a quantidade de gás que existe entre a galáxia de Andrômeda, a Via Láctea e o quasar”, explicou o coinvestigador J. Christopher Howk, da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos.