Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2020
Repórter foi mantida refém por Thomas na TV Globo.
Foto: ReproduçãoO rapaz que invadiu a sede da Rede Globo na tarde de quarta-feira (10) e exigia ver a apresentadora Renata Vasconcellos tem um perfil no Instagram com o nome de Thomas Rainer. Moreno, cerca de 30 anos, ele postou fotos na rede social em localidades do Rio de Janeiro e de Vitória, no Espírito Santo. Entre as imagens de paisagens há mensagens de cunho religioso, incluindo um print do padre Marcelo Rossi cantando “Pai Nosso”.
O último post do invasor foi publicado no dia 31 de maio em homenagem a George Floyd, o americano assassinato por um policial dos Estados Unidos. “Yes, we can breathe together”, diz a legenda (“sim, nós podemos respirar juntos”).
Thomas Rainer segue 234 pessoas, sendo que muitas delas são artistas e jornalistas da Globo, como Marcelo Adnet, Juliana Paes, Camila Pitanga, Cesar Tralli, Tatá Werneck, Alice Wegman e Thelma Assis. Boa parte dos artistas que ele segue, aliás, têm inclinação política voltada à esquerda.
O homem que colocou uma faca no pescoço da repórter Marina Araújo chamando por Renata Vasconcellos, que fez aniversário no dia do ocorrido, foi levado para o 12º DP, de Copacabana, no Rio. A assessoria da Policia Civil informou que ele foi preso em flagrante pelo crime de cárcere privado”. Em nota oficial, a TV Globo afirmou tratar-se de um episódio sem cunho político: “obra de alguém com distúrbios mentais”.
A mãe de Thomas, a costureira Telma Francisco Rosa, de 53 anos, conta que não sabia que o filho iria para o Rio de Janeiro, mas que ele já havia comentado que era aniversário de Renata Vasconcellos esta semana.
“Ele chegou a falar que, nesta semana, Renata esteve no hotel onde ele trabalhava aqui no Espírito Santo e perguntou pelo meu filho. Mas isso é imaginação da cabeça dele, até disse que esteve com o papa Francisco recentemente. Thomas ficou assim depois do acidente que sofreu”, disse.
Episódio
O acidente a que a mãe se refere ocorreu em dezembro do ano passado, quando Thomas deixou o emprego em um hotel e disse que iria morar no Rio. Porém, na BR-101, em Guarapari (ES), ele teria invadido a contramão e batido em um caminhão.
Foram 24 dias de internação. “Ele saiu sem lembrar de nada do acidente, não sabe o que houve. Está com um coágulo no sangue e faz acompanhamento. Fui avisada pelos médicos que ele teria sequelas neurológicas”, disse Telma.
Thomas é o único filho da costureira e mora com ela no Morro da Capixaba. Segundo a mãe, ele não é agressivo e que ela não acredita até agora no que está acontecendo.
“Estou sem comer, sem dormir, sem acreditar que tudo isso aconteceu. Ser mãe é muito difícil. Meu filho sempre foi um excelente profissional, é uma pessoa carinhosa, prestativa e ajuda qualquer pessoa no nosso bairro, pode perguntar para qualquer pessoa. Eu preciso saber o que fazer para tirar ele da cadeia, preciso resgatá-lo”, desabafa.