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Futebol Saiba quem é o mais velho jogador de futebol do mundo. Ele tem 56 anos

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Idolatrado em seu país, o atacante japonês sempre foi fã do futebol brasileiro, onde iniciou sua carreira. (Foto: Reprodução)

O relógio marcava 44 minutos do segundo tempo quando o Oliveirense, da segunda divisão de Portugal e que perdia por 4 a 1 para o Acadêmico de Viseu, fez uma substituição: na vaga de Jonata entrou, com a camisa 11, Kazu Miura. O mais velho jogador a atuar em competições profissionais de futebol, com 56 anos, estava mais uma vez em campo. Isso foi no último dia 22 de abril.

Idolatrado em seu país, o atacante japonês sempre foi fã do futebol brasileiro, onde iniciou sua carreira, ainda jovem, pelo Juventus. A vinda para o Brasil tinha o propósito de “aprendizado” para levar novidades para casa, realizando um sonho do pai. Kazu vem da abreviação de Kazuyoshi.

Nabuo Naya, empresário e apaixonado pelo futebol brasileiro, foi um visionário que imaginava transformar os filhos em grandes atletas ao buscar a essência do Brasil. Em um processo de intercâmbio, trouxe o franzino e tímido Kazu para o Juventus aos 15 anos. Trouxe também o caçula Yasutoshi ao Santos, mas ele não teve o mesmo desempenho.

O pai não tinha como acompanhar Kazu por muito tempo no Brasil por causa dos negócios da família no Japão. Investiu, então, em uma tradutora e entregou o filho aos cuidados de Oswaldo Lemos, o Feio, que treinava o time infanto-juvenil de futsal do Juventus.

No clube da Mooca, ele deu os primeiros passos e conquistou uma medalha de ouro. O Estadão encontrou o Feio.

“Ele tinha um talento nato. Era muito habilidoso, já da natureza dele. Mesmo jovem e sem ter forte treinamento no Japão, que ainda não investia no futebol, ele era um fora de série”, elogia o primeiro treinador, atualmente supervisor de esportes do Juventus.

O agora dirigente foi uma das primeiras vítimas de Kazu nas “brincadeiras” dos moleques companheiros do garoto japonês. A molecada ensinava palavrões para ele como se fossem maneiras carinhosas de cumprimentar as pessoas.

“Ele era um pouco tímido e você sabe como é o brasileiro. Gosta de uma sacanagem. Kazu não tinha o domínio da língua e faziam brincadeiras com ele, ensinando-o a falar palavrão. Muitas vezes ele me xingava e não sabia que estava xingando”, se diverte Feio, que recebia bom dia ou boa tarde com um “Vai tomar no…”.

Nos primeiros meses de Brasil, Kazu morou em um sobrado no bairro da Mooca, reduto de italianos, no qual muitos jovens do Juventus ficavam alojados. Eram em torno de 30. Ele fez amizades que duram até os dias atuais com Raudnei, Paulinho e Mourão.

Centroavante dos bons, Raudnei era um ano mais velhos que Kazu e, além de se transformar em um dos amigos próximos, vivia ensinando posicionamento e táticas a ele. “O futebol japonês era amador naquela época e eu sempre dava dicas ao Kazu”, lembra o excamisa 9. “O pai dele filmava os treinos e mandava para o Japão, para ensiná-los a jogar.”.

Nabuo passava alguns dias no Brasil hospedado em hotéis na Liberdade, bairro de reduto japonês em São Paulo no qual fazia questão de almoçar com o filho e seus amigos na folga.

Além de palavrões, Raudnei lembrou que os meninos do Juventus também enganavam Kazu na hora da comida. Ensinaram, por exemplo, que o feijão se chamava bife. As brincadeiras serviram para deixar o japonês mais entrosado e rapidamente ele se tornou “conversador e amigo de todo mundo”, como conta o centroavante. “Acabou se sentindo mais confortável, em casa mesmo.”

Um ano depois da passagem pelo Juventus, Kazu foi defender o time de base do XV de Jaú, que também tinha um trabalho forte de intercâmbio com japoneses. Participou até de excursão do clube ao Japão, em partidas nas quais queria ensinar o que vinha aprendendo a seus compatriotas. Ele jogou pelo profissional, participando de vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras e esteve na Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Já maior de idade, chegou ao Santos pela primeira vez em 1986, mas não teve espaço e passou a perambular por clubes do Brasil. Emprestado ao Palmeiras, foi com o Alviverde a novas excursões ao Japão. Também passou por outras equipes, como Matsubara e CRB, até chegar ao Coritiba, em 1989, onde foi destaque sob o comando de Evaristo de Macedo e concorreu ao prêmio de melhor atleta do Brasileirão. Ganhou o Paranaense, o que o levou ao Santos.

“Foi indicação minha a contratação do Kazu em 1990 porque eu já conhecia bem suas características de ponteiro rápido e que usava a velocidade em ambos os lados do campo e chutava bem com os dois pés”, afirma com satisfação o técnico Pepe. “Houve muita reclamação pela contratação de um nipônico, mas, apesar da descrença, apostei nele e foi uma das sensações daquele campeonato (Paulista), fazendo um golaço contra o Palmeiras”, diz, lembrando do primeiro gol do jogador no clube.

Na época, Kazu confessou ao treinador santista que jogaria enquanto seu corpo aguentasse. Quando completou 50 anos, Kazu revelou ter pique para ir até os 60. Está com 56. Depois de passar pelo Santos, Kazu foi brilhar em seu país. Ficou nove temporadas no Tokyo Verdy. A primeira aventura europeia foi com o Genoa, da Itália, até iniciar o tour que culminou com a chegada ao Oliveirense.

Outro orgulho de Kazu nos mais diversos gramados do planeta é jamais ter recebido um cartão vermelho. Foram 29 amarelos e 37.621 minutos em campo. Parece bastante, mas daria pouco mais de 418 jogos completos. Muitas vezes ele iniciou no banco. Tem ainda no currículo 163 gols e 52 assistências. Kazu espera ir um pouco mais longe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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