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Mundo Saiba quem é Recep Erdogan, o homem que comanda a Turquia há 16 anos e que pode ficar no governo por mais 10

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Presidente, que nos últimos 20 anos também atuou como primeiro-ministro, entrará na lista dos líderes há mais tempo no poder. (Foto: Reprodução)

Recep Erdogan é chamado de “beyefendi” (senhor, em turco) pelos que o cercam e de “reis” (chefe) pelos admiradores. Ele comanda a Turquia há 16 anos e que pode ficar no governo por mais 10, após superar uma tentativa de golpe e ser reeleito presidente da Turquia no domingo, em uma eleição que está sendo contestada pela oposição.

O líder, de formação islâmica, apesar de dividir o país (a última contagem de votos indicava a vitória de Erdogan com 53%), é considerado por desafetos e apoiadores o segundo homem mais poderoso da Turquia. Em termos de poder, estaria atrás apenas de Mustafa Kemal Ataturk (1881-1938), fundador da República da Turquia e primeiro presidente do país.

Erdogan chegou poder em 2003, após a formação do partido islamista AKP, do qual é líder. Ficou 11 anos no cargo de primeiro-ministro da Turquia antes de se tornar o primeiro presidente eleito por voto direto em agosto de 2014.

Em 2016, Erdogan sofreu uma tentativa de golpe, ao qual reagiu com violência – cerca de 240 pessoas teriam morrido nos confrontos -, e fez a Turquia entrar num estado de emergência.

Desde então, Erdogan tem tomado medidas para reforçar seus poderes presidenciais.

Cerca de 107 mil servidores públicos e soldados perderam seus cargos sendo demitidos e mais de 50 mil pessoas estão presas, à espera de julgamento. A oposição afirma que pelo menos 5 mil acadêmicos e mais de 33 mil professores também perderam seus empregos. E, segundo a Plataforma para o Jornalismo Independente, uma organização local, mais de 150 jornalistas estão detidos desde a tentativa de golpe.

Com a vitória no domingo, Erdogan assume novos poderes, aprovados num plebiscito realizado no ano passado para transformar a Turquia numa república presidencial.

Mais poderes para Erdogan

O plebiscito do ano passado fez com que o cargo de presidente deixasse de ser meramente cerimonial. A partir de agora, não haverá mais primeiro-ministro despachando no Ak Sary” (Palácio Branco) em Ancara, a capital turca.

Além disso, Erdogan será o único responsável pela nomeação e demissão direta do primeiro escalão do poder, incluindo ministros e juízes. Também vai ter poderes para governar por decreto se necessário.

Na eleição em que o próprio Erdogan se declarou vencedor, o partido dele, o islamista AKP, ganhou também a maioria dos assentos no parlamento. Quando confirmado o resultado do pleito de domingo, o presidente vai ter uma liberdade de ação nunca antes vista na história moderna do país.

Erdogan também alterou a Constituição do país, que agora estabelece mandato presidencial de cinco anos e permite que ele dispute, novamente, a reeleição em 2023. As alterações podem fazer com que ele fique no poder por mais uma década.

Formação islâmica

Nascido em 1954, Recep Tayyip Erdogan é filho de um imigrante da Geórgia. Seu pai era guarda-costas e a família morava na região do mar Negro. Quando tinha 13 anos, seu pai decidiu se mudar para Istambul para dar uma educação melhor aos filhos.

O jovem Erdogan vendia limonada e bolo nas ruas de Istambul para ganhar um dinheiro extra. Ele frequentou uma escola islâmica antes de se formar em Administração na Universidade de Mármara de Istambul, onde também jogou futebol profissionalmente.

Na faculdade, conheceu Erbakan, que virou o primeiro-ministro islâmico do país, e entrou para o movimento islâmico da Turquia.

Em 1994, ele se tornou o prefeito de Istambul. Os críticos admitem que ele fez um bom trabalho, já que conseguiu tornar a cidade mais limpa e mais verde.

Mas, em 1999, passou quatro meses preso depois de ter sido condenado por incitação religiosa. Foi preso por ler publicamente um poema nacionalista.

Em 2001, Erdogan se juntou ao AKP, depois de ter sido sondado pelo Partido da Virtude, que acabou proibido no país. Sua ascensão ao poder foi completa quando o AKP conseguiu uma vitória esmagadora nas eleições de 2002, e ele assumiu o cargo de primeiro-ministro da Turquia.

Erdogan tem 14 eleições no currículo, contando as seis vezes em que disputou uma cadeira no Legislativo, três pleitos locais, duas presidenciais e três plebiscitos. Saiu vencedor de todas as disputas.

Seus seguidores são de maioria muçulmana e conservadora. Eles exaltam a forma como Erdogan fez o país ascender como uma nação respeitada no cenário internacional e assegurou novos níveis de prosperidade econômica para a Turquia.

Os críticos, contudo, dizem que Erdogan se assemelha a um “sultão”, como nos tempos de Império Otomano, e que não tem conseguido conter a crise econômica – o crescimento da inflação em mais de 10% e a desvalorização da lira têm contribuído para aumentar a pobreza no país.

Os mais críticos dizem ainda que o presidente tem levado a Turquia rumo ao autoritarismo. Erdogan controla 90% dos veículos de comunicação e tem mandado inimigos para o exílio ou prisão.

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