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Brasil Salsicha de peru não tinha nada de peru, somente carcaça de frango, além de açúcar, sal e carboidratos acima do permitido

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Daniel Gouvêa Teixeira fazia a fiscalização do frigorífico (Foto: Reprodução)

O auditor do Ministério da Agricultura que denunciou à Polícia Federal o esquema de fraudes que desencadeou a operação Carne Fraca, Daniel Gouvêa Teixeira, afirmou ao programa “Fantástico”, da TV Globo, que encontrou uma série de irregularidades no frigorífico Peccin, de Curitiba, incluindo o uso de carnes estragadas na fabricação de embutidos, como mortadela e salsicha. De acordo com ele, a empresa também aproveitava nos produtos a chamada carne mecanicamente separada, que é a sobra da carcaça do frango, em quantidades acima do permitido.

“Eles só usavam esse produto (a carne mecanicamente separada). Em torno de 94% da composição do produto (dos embutidos). A regra, no máximo, é de 60% ou 40%”, disse ele, confirmando o aproveitamento pelo Peccin “de carnes estragadas, carnes fora de validade, fora de refrigeração, em putrefação mesmo”.

Daniel denunciou a empresa à Superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná, mas acabou afastado da fiscalização do frigorífico, que também usava, segundo ele, ácido sórbico para enganar o consumidor.

“Esse descontaminante é misturado na massa dos produtos para poder diminuir a contaminação bacteriana e mascarar os odores e as características de carne podre”, disse ele, explicando que fraudando os alimentos eles conseguiam baratear os custos, gerando uma competição deslear no mercado.

Após deixar de vistoriar o Peccin, ele passou a fiscalizar o frigorífico Souza Ramos, também no Paraná. A empresa passou a fornecer em 2014 salsicha de peru para a merenda de alunos de escolas públicas do estado. Mas o alimento não era o que se dizia:

“Com análise de DNA, a gente conseguiu constatar que não tinha sido usado nada de peru”, contou o auditor, que é médico veterinário, acrescentando que a salsicha era, na verdade, feita basicamente de carcaça de frango. “Não tinha o teor mínimo de proteína que deveria ter. Ele tinha teor de açúcar, carboidratos acima do permitido pelo Ministério da Agricultura também. Ele tinha um teor de sal até 80 vezes, de sódio até 80 vezes maior que o regulamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, afirmou.

Outro frigorífico que foi alvo da PF é o Larissa, que fica em Mauá, em São Paulo, e em Iporã, no Paraná. Numa conversa captada pela polícia e divulgada pelo “Fantástico”, um dos donos diz que os funcionários poderiam falsificar a data de validade de um alimento vencido. Em outro grampo, um fiscal de Curitiba fala com outro agente sobre um carregamento contaminado com a bactéria salmonella, que pode provocar infecções e levar uma pessoa à morte. Os telefonemas indicam que o Souza Ramos compraria a carga, mas que depois teria desistido.

A reportagem não localizou ontem responsáveis pela Peccin Agro Industrial para responder às denúncias feitas no âmbito da Operação Carne Fraca da PF. No sábado, a empresa publicou uma nota em seu site em que diz que classifica as acusações como “inverdades” e “falsas alegações”. A empresa informou que “lamenta a divulgação precipitada de inverdades sobre seu sistema de produção” e se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

 

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