Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2020
O senador Fabiano Contarato, da Rede do Espírito Santo, cobrou o MEC (Ministério da Educação) sobre o caráter da viagem de Abraham Weintraub aos Estados Unidos – o MEC confirmou que o ministro está naquele país. A informação é da coluna de Guilherme Amado, da revista Época.
Segundo Contarato, Weintraub deve explicar se foi em missão oficial. Se foi, deve comprovar para que, uma vez que há restrição de entrada de brasileiros nos Estados Unidos, imposta por Donald Trump. “Se não foi em missão oficial, podemos trabalhar com a suposição de que foi fuga”, afirmou Contarato.
Na sexta-feira (19), o senador divulgou ter oficiado Alexandre de Moraes, relator no STF (Supremo Tribunal Federal) do inquérito das fake news, que investiga Weintraub, pedindo a proibição de o ex-ministro deixar o país e a retenção de seu passaporte.
“Protocolei pedido de apreensão do passaporte do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no âmbito do inquérito do ST que investiga Fake News. Peço que seja proibida a saída do ministro do país porque ele é investigado nesse inquérito”, escreveu o senador em seu perfil no Twitter.
“É extremamente grave a saída de Weintraub do Brasil! Se os EUA fecharam a fronteira, como entrou? Foi com passaporte diplomático antes da exoneração? Isso pode caracterizar improbidade administrativa! O governo ajudou a fugir? Vamos apurar e passar a limpo!”, declarou o senador.
“‘Exportamos‘ o que há de pior para o Banco Mundial: Weintraub, que é investigado no STF, apressou-se em deixar o país, e pode ter utilizado o passaporte diplomático de ministro, horas antes de ser exonerado, para tapear as autoridades!”, escreveu Contarato.
Em vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (18), Weintraub anunciou sua saída do cargo de ministro da Educação, que ocupava desde abril de 2019. Na gravação, ele aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
Os rumores da saída do ministro se intensificaram ao longo desta semana, especialmente após a participação dele em manifestações de apoiadores do governo no domingo. Weintraub é investigado em inquérito sobre fake news, que tramita no STF, e também responde uma apuração na Corte por racismo por ter publicado um comentário depreciativo sobre a China.
“Sim, dessa vez é verdade. Eu tô saindo do MEC [Ministério da Educação], vou começar a transição agora e, nos próximos dias, passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo”, afirmou Weintraub.
Também na quinta-feira o Ministério da Economia informou ter oficializado a indicação de Weintraub para o cargo de diretor executivo do grupo de países, conhecido como constituency, que o Brasil lidera no Banco Mundial. A instituição financeira internacional efetua empréstimos a países em desenvolvimento e tem participação em fóruns e organismos internacionais.
O Banco Mundial informou por meio de um comunicado que recebeu do governo brasileiro a indicação de Abraham Weintraub para ocupar um cargo de diretor da instituição. O banco afirmou também que o nome de Weintraub ainda terá de ser aprovado por um grupo de países e que o seu eventual mandato terminará em outubro, quando uma nova indicação deverá ser feita. As informações são da revista Época, do Banco Mundial e da Agência Brasil.