Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2018
Para evitar maiores transtornos no julgamento de Lula em Porto Alegre, a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul pediu o fechamento de todos os prédios públicos localizados no entorno do Parque Harmonia, perto da sede do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). No dia 24 de janeiro, a Corte vai analisar um recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O petista foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, da Lava-Jato, no caso do triplex em Guarujá (SP). A uma semana do julgamento, o esquema de segurança foi reforçado ena Capital gaúcha. Houve aumento do efetivo policial na área do tribunal. A Brigada Militar está de prontidão no local e equipes da Polícia Federal e até do Exército já estão em atividade. Estão previstas manifestações contra e a favor do petista.
O secretário da Segurança, Cezar Schirmer, disse que já pediu, por meio de ofício, a suspensão das atividades dos órgãos públicos instalados no parque. Incra, Receita Federal, IBGE e Serpro – empresa federal de processamento de dados – deverão fechar na véspera e no dia do julgamento. Ele afirmou também que já recebeu sinalização de que o pedido será atendido.
“A democracia pressupõe a convivência de contrários, respeito às divergências, então os contra e os a favor querem se manifestar, vão se manifestar democraticamente. Queremos protegê-los e proteger a população de Porto Alegre. Não queremos nenhum incidente violento, queremos respeito à ordem pública e à lei”, disse Schirmer.
Para unir as forças de segurança, foi montado o GGI (Grupo de Gestão Integrada) com corporações do Estado, da União e do município. O GGI agrega Brigada Militar, polícias Civil, Federal, Rodoviária, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Exército, Marinha, Aeronáutica, Bombeiros e Defesa Civil. O grupo foi formado no início deste mês.
Uma reunião operacional do GGI definirá nesta quinta-feira (18) a função de cada órgão e os acertos finais da operação. Schirmer disse também que 150 homens da Força Nacional de Segurança, que já atuam em Porto Alegre desde o ano passado, serão deslocados.
Umas da principais preocupações é com a chegada de manifestantes à cidade. Schirmer já recebeu representantes da Via Campesina, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da CUT (Central Única dos Trabalhadores) para tratar de segurança. Nesta quarta-feira (17), ele se reúne com representantes de partidos de esquerda. Em São Paulo, CUT e MBL (Movimento Brasil Livre), contrário a Lula, disputam a avenida Paulista.
Em meio à preocupação com a segurança em Porto Alegre, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que, para cumprir um eventual pedido de prisão de Lula, haverá prisões e mortes. “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”, afirmou Gleisi. Após a repercussão, ela tentou minimizar a declaração afirmando que usou uma “força de expressão para dizer o quanto Lula é amado pelo povo brasileiro”.