Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2019
Nesta segunda-feira (1º), Jair Bolsonaro completa seis meses à frente do Palácio do Planalto. Um presidente que se notabiliza pela informalidade, na comunicação por redes sociais e na tentativa de um equilíbrio, nem sempre fácil, com suas bases de apoio.
A pontualidade associada à caserna retornou à rotina do Planalto. Rigor com horários que contrasta com ações inesperadas e inusitadas do presidente, como ir a pé ao Congresso ou deixar o Palácio da Alvorada para ir ao supermercado comprar xampus.
Presidente pontual
Bolsonaro chega mais cedo ao Palácio do Planalto na comparação com o ex-presidente Michel Temer. Ele costuma iniciar o dia de trabalho em seu gabinete entre 8h e 8h30. O retorno para a residência oficial, o Palácio da Alvorada, ocorre entre 18h30 e 20h.
O presidente também costuma ser rigoroso com horários. Ele procura seguir as previsões de embarques em viagens, e as cerimônias no Planalto se iniciam com pouco atraso.
Dia a dia no Planalto
Adepto de discursos curtos em cerimônias, Bolsonaro concede mais entrevistas após eventos no Planalto do que Temer. Fica mais à vontade nos “quebra-queixos”, quando jornalistas registram em pé as respostas do entrevistado, muitas vezes em meio a um empurra-empurra.
A rotina no Planalto também é marcada por reuniões do chamado conselho de governo, cujos encontros ocorrem às terças-feiras. O conselho é composto por Bolsonaro, pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelos 22 ministros de Estado.
Redes sociais
Desde a posse, Bolsonaro fez poucos pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e TV. O presidente tem nas redes sociais sua principal ferramenta de comunicação, utilizada com sucesso na campanha eleitoral de 2018.
Bolsonaro também é adepto das chamadas “lives”, transmissões ao vivo por meio de rede social. Tradicionalmente, as “lives” são feitas às 19h das quintas-feiras do Planalto, Alvorada ou de hotéis durante viagens do presidente ao exterior.
Relacionamento com a imprensa
Crítico da imprensa, Bolsonaro tem procurado nas últimas semanas elogiar o trabalho dos jornalistas que cobrem diariamente o Palácio do Planalto. Em uma ocasião, por exemplo, o presidente se disse “cada vez mais apaixonado pela imprensa”.
Bolsonaro criou o hábito de convidar jornalistas para cafés da manhã no Palácio do Planalto. Foram seis encontros com profissionais da imprensa até o momento. Nos encontros, Bolsonaro responde a perguntas dos convidados sobre diversos temas relacionados ao governo, a vida pessoal e a política externa.
“Não é bem assim”
A rotina do Planalto também é marcada, em alguns momentos, por informações desencontradas ou recuos.
A novela dos decretos das armas serve de exemplo. Na terça-feira, o porta-voz afirmou que Bolsonaro não revogaria decretos editados em maio. O presidente revogou os atos e editou outros quatro na sequência.
Desde janeiro foram sete decretos, com correções, revogações e mudanças nas regras de posse e porte de armas.
Surpresas e passeios
Almoço no “bandejão” do Planalto ou com caminhoneiros em uma churrascaria de beira da estrada, ida a um supermercado para comprar xampu, mergulho e passeio de moto ou moto aquática.
Informal, Bolsonaro surpreende ao longo de seis meses com atos que fogem à rotina de um presidente da República, muitas vezes fora da agenda de trabalho e para surpresa da própria segurança.
Militares e religiosos
Capitão reformado do Exército, Bolsonaro tem um vice-presidente general e sete ministros militares ou com passagens pelas Forças Armadas.
Com base eleitoral e política conversadora nos costumes, Bolsonaro recebe lideranças religiosas ou participa de eventos de igrejas com maior frequência do que antecessores. E repete o slogan de campanha “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Metáforas de relacionamentos
Bolsonaro é adepto das metáforas, em especial as que versam sobre relacionamentos. Ele tratou como uma briga de namorados uma rusga com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que anunciou estar fora da articulação da reforma da Previdência.
” Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis embora, o que você fez para ela voltar? Conversou?”, disse.
Antes da demissão do então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, Bolsonaro explicou a possível saída assim:
Relação com a família
Os três filhos do primeiro casamento são presentes no dia a dia do presidente. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) já integraram comitivas do pai em viagens. O vereador do Rio Carlos (PSC-RJ) marca forte presença nas redes sociais e aconselha o pai.
Futebol
Torcedor do Palmeiras, Bolsonaro gosta de usar nos momentos de folga e, até de trabalho, camisas de times de futebol. Trajado de camisa do Palmeiras, blazer, abrigo e chinelos, já comandou reunião no Alvorada sobre Previdência. As informações são do portal G1.