Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (30) esperar que o Congresso brasileiro seja um dos primeiros a aprovar o acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado na sexta-feira (28).
Ao chegar ao Palácio da Alvorada após viagem para participar da cúpula, disse que a missão foi cumprida e que os termos do acordo devem começar a valer em dois ou três anos.
“Missão cumprida, atingiu todos os objetivos. Houve a concretização do [acordo entre União Europeia e] Mercosul, e as informações que tenho são as melhores possíveis. Entra em vigor em dois ou três anos, mas depende dos parlamentos. Vamos ver se o nosso aqui talvez seja um dos primeiros a aprovar, espero”, disse.
As declarações foram dadas pelo presidente ao chegar ao Palácio da Alvorada após a viagem ao Japão para o encontro do G20.
Anunciado após cerca de 20 anos de negociação, o acordo comercial agora passará por revisão técnica e jurídica dos termos fechados. Só neste ponto será definida uma data para assinatura efetiva do acordo.
Depois disso, os presidentes dos países do Mercosul enviam o acordo para o Congresso. Na UE, o acordo deve passar por votação no Parlamento Europeu.
Segundo o presidente, é necessário facilitar o comércio para exportação de carne brasileira a países asiáticos. Ele falou que, na viagem ao Japão, convidou autoridades daquele país ao Brasil e falou que vai oferecer carne brasileira aos convidados.
“Como eles vão para o Chile, pedi que passassem por aqui e eles falaram que passarão. Pedi que passem na hora do almoço que eu quero ofertar um churrasco com carne brasileira. Porque o churrasco que eu comi lá, com carne australiana, não tem graça. É um churrasco genérico”, disse, em tom de brincadeira.
Em sua conta em uma rede social, ele afirmou que o acordo manteve todas as conquistas da Lei da Inovação. Destacou, encomendas tecnológicas, compras de pequenas e micro empresas “e, sobretudo, a previsão que permite a exigência de transferência de tecnologia nos contratos internacionais”.
O Itamaray afirmou que, com o acordo, empresas brasileiras terão acesso às licitações públicas da União Europeia, estimado em US$ 1,6 trilhão (R$ 3,8 trilhões).
Em uma rede social, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, atacou o que chama de globalismo ao comemorar a negociação.
“Durante 20 anos o Brasil tentou chegar lá sendo um aluno aplicado na escola do globalismo. Não deu. O Brasil que agora fala e atua a partir da sua própria identidade e seus ideais está conseguindo. O Acordo Mercosul-UE o comprova”, escreveu.
Também neste domingo, o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou que o acordo representará o “renascer econômico do Brasil”.
“Mais uma uma vez a visão dos esquerdopatas e dos derrotistas fracassou”, disse. “Isso [o acordo] significa o renascer econômico do Brasil”.
O general participou de ato em Brasília. em defesa do ministro Sergio Moro (Justiça).
Durante a viagem ao Japão, Heleno chegou a mandar procurarem “sua turma” líderes europeus – como o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel – que questionaram posicionamentos do Brasil na área ambiental.