Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2023
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos senadores mais destacados na oposição ao governo Lula no Congresso, Magno Malta (PL-ES) usou uma sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para criticar a mídia nacional e atacar o que chamou de “revitimização” do jogador Vinicius Júnior, atacante do Real Madrid, da Espanha. “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, afirmou.
A declaração provocou reação imediata de parlamentares, alimentou polêmica nas redes sociais e resultou em um pedido de cassação de seu mandato protocolado pelo PSOL. Já o líder do PT na Casa, Fabiano Contarato (ES), afirmou que denunciou Malta no Supremo Tribunal Federal por crime de injúria racial.
O PSOL define a declaração de Malta como “racista e desumana”. “No caso concreto, houve nítida prática de discriminação ou preconceito”, diz a representação formalizada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Diante da gravidade da situação apontada, envolvendo o crime de racismo, fica insustentável a sua permanência como senador da República no cargo. O representado não possui condições mínimas de decoro, humanidade e decência para representar o povo brasileiro, fazendo-se mister a cassação do seu mandato.”
“Como pai de duas crianças negras, não posso ignorar o que testemunhei no Senado”, escreveu Contarato em sua rede social. “Por isso, acionei o Supremo Tribunal Federal para que instaurasse inquérito policial para averiguar falas racistas do senador.”
A assessoria do parlamentar falou que ele poderá se pronunciar sobre o caso se for deferido o recebimento da representação no Conselho de Ética do Senado Federal.
ONU condena racismo
O alto comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou nessa quarta-feira (24) os atos de racismo contra o jogador de futebol brasileiro Vini Jr., atacante do clube espanhol Real Madrid, ocorridos no último domingo (21).
Em coletiva de imprensa, Türk destacou que as ofensas são um “lembrete gritante” da prevalência do racismo no esporte. “Apelo aos organizadores de eventos desportivos para que tenham estratégias de prevenção e combate ao racismo”, disse.
“Muito mais precisa ser feito para erradicar a discriminação racial – e isso precisa começar ouvindo as pessoas de ascendência africana, envolvendo-as significativamente e tomando medidas genuínas para agir de acordo com suas preocupações”, concluiu.