Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de abril de 2017
Dos 29 senadores investigados na Operação Lava-Jato, apenas dois votaram contra o projeto que torna mais rígidas as punições aos crimes de abuso de autoridade. Os parlamentares alvos de investigação no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de receber dinheiro ilícito do esquema de corrupção na Petrobras foram responsáveis por mais da metade dos votos a favor do projeto rechaçado por juízes e procuradores.
Dentre os 54 senadores que apoiaram o relatório de Roberto Requião (PMDB-PR), 26 seguem na mira da força-tarefa. Dentre eles estão Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Fernando Collor (PTC-AL). Ao todo, 19 senadores votaram contra o substitutivo de Requião. Desses, Gladson Cameli (PP-AC) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES) respondem a inquérito da Lava Jato.
Para virar lei, o projeto precisa ser aprovado pela Câmara e sancionado pelo presidente Michel Temer. Também investigado, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), não votou por restrição regimental.
“Vingança”
A proposta enfrentou resistência do juiz federal Sérgio Moro e dos coordenadores da Lava-Jato, que a classificaram como “vingança” contra a operação. “O que desejam é processar criminalmente o policial que os investiga, o procurador que os acusa e o juiz que o julga”, protestou o procurador Carlos Fernando Santos Lima.
“Essa lei não é pra acabar com a Lava Jato, é pra dar direitos a quem é desrespeitado”, rebateu ontem o senador Humberto Costa (PT-PE), um dos investigados no petrolão.