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Mundo Separada dos parentes nos Estados Unidos, uma migrante de 2 anos não reconheceu a família na volta a Honduras

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Fernanda Jacqueline Davila, de 2 anos, foi levada com sua avó em uma viagem aos Estados Unidos que deu errado. (Foto: Reprodução)

Os passageiros do voo 941 da American Airlines saíram sozinhos, em casais e em grupos – todos menos a pequena garota cuja família a aguardava nervosamente na área de desembarque. Fazia três meses que Fernanda Jacqueline Davila, de 2 anos, fora levada com sua avó em uma viagem aos Estados Unidos que havia dado errado. As informações são do jornal The New York Times.

Durante meses, a mãe da criança, Alison Michell Davila, estava tentando com o resto da sua família em Honduras navegar pelo labirinto do sistema de imigração dos EUA de longe. Eles pediram a libertação da criança, que estava sendo mantida num orfanato de Nova York. Ela não precisa ficar nos Estados Unidos, a família disse às autoridades. Apenas deixem ela voltar para casa.

Finalmente, mais de uma hora após o pouso do avião, uma autoridade de imigração surgiu com a criança em seus braços. Davila chorou. “Mi amor”, ela gritou, “meu amor”.

Não houve sorriso de reconhecimento – apenas um olhar vazio.

Mãe, avós e tias guardaram o pôster de boas-vindas, o balão e o doce do seu filme favorito, “Frozen”, todos trazidos para celebrar o fim de um capítulo que alguns esperavam ser um novo começo para Fernanda. Mas isso se provou mais doloroso do que qualquer um deles jamais imaginou.

A menina voou para a cidade hondurenha de San Pedro Sula na última quinta-feira com outras sete crianças, a maioria separada de suas famílias na fronteira sul dos EUA. Suas histórias estão entre as quase 3 mil destas separações que aconteceram neste ano sob a polêmica “política de tolerância zero” do governo Trump destinada a impedir a migração da América Central. O presidente Donald Trump suspendeu a prática em junho depois que ela foi atacada, mas quatro meses depois as autoridades federais ainda não conseguiram devolver todas as crianças às suas famílias.

As oito crianças que viajaram de Nova York na quinta-feira estavam entre as mais de 100 que ainda vivem em abrigos temporários, de acordo com grupos voluntários e de defesa que trabalham com famílias de imigrantes. Em alguns casos, os adultos que acompanhavam as crianças ainda sob custódia estão eles próprios em detenções migratórias; outros foram deportados, enquanto seus filhos foram deixados para trás.

Reunir crianças com famílias no exterior é um processo complicado que envolve extensa documentação de abrigos, documentos das famílias das crianças e aprovação de ambos os governos. Muitas vezes, a permissão também deve ser concedida por um juiz de imigração dos EUA.

Antes que a mãe de Fernanda pudesse tocar a filha no aeroporto, os funcionários da imigração levaram as crianças que chegavam a uma sala separada, cujo interior podia ser visto por janelas. Seriam quase 40 minutos antes que elas reaparecessem às famílias.

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, as famílias pressionaram os rostos contra o vidro, tentando chamar a atenção de seus filhos. Eles acenaram. “Mostre-nos seus dentes!”, um dos parentes gritou. “Olha o quanto você cresceu! Nós estaremos juntos em breve.” Dois garotinhos, que pareciam oprimidos, se esconderam debaixo de uma mesa.

A mãe de Fernanda mostrou sua nova filha, Mia Charlotte, que tinha apenas alguns dias de vida quando Fernanda a viu pela última vez. Fernanda não reagiu.

Finalmente, um tempo depois, ela deu um sorriso.

“Ela parecia confusa no começo, mas depois, ela queria vir com a gente”, disse Davila, que parecia tentar se convencer.

Hector Enrique Lazo, o avô de Fernanda, estava exuberante: “Estou muito feliz em tê-la novamente. Ficamos muito preocupados porque ouvimos que ela poderia ser dada para adoção”, disse ele.

Mais tarde, seu sorriso desapareceu. Todos ficaram surpresos com a incapacidade da criança de responder a eles. “Eu preciso levá-la a um psicólogo amanhã”, disse Lazo.

Fernanda embarcara com sua avó materna em uma jornada de duas semanas para chegar aos Estados Unidos no fim de julho, apenas para serem separadas na fronteira do Texas. A avó, Nubia Archaga, disse numa entrevista do início deste mês que esperava criar uma nova vida nos EUA com sua neta.

Depois de dois dias mantida em instalações do governo na fronteira, Fernanda foi levada de avião para Nova York, onde ficou sob os cuidados dos Centros Cayuga, uma agência de cuidados infantis, e morava com uma família adotiva. No início desta semana, sua família foi notificada pelo responsável pelo caso em Nova York de que ela seria levada para Honduras na manhã de quinta-feira. Sua tia, Karenn Lazo, compartilhou a notícia em um e-mail, dizendo: “Nossa Fernandita está finalmente voltando.”

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