Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
As autoridades de segurança do Estado do Rio de Janeiro – Gabinete de Intervenção, PF (Polícia Federal) e Polícia Rodoviária Federal – identificaram o filão do negócio do roubo de cargas no Estado: os bandidos estão focados nas cargas de cigarros produzidos no Brasil e no Paraguai que chegam à capital e região metropolitana.
Informações ainda reservadas dão conta de que as organizações criminosas estão investindo tanto no tráfico de drogas quanto no contrabando lucrativo de cigarros, em especial os do país vizinho.
Contrabando
O maior fabricante de cigarros do Paraguai é o próprio presidente Horácio Cartes, que nesta semana deixa o governo para o aliado Mário Abdo. O produto entra fácil no Brasil, muitas vezes com sonegação.
Entre portas
Sai governo, entra presidente e o problema é sempre o mesmo. Por mais que a PF e a Receita façam um sério trabalho na fronteira, a camaradagem entre os palácios atrapalha.
ABC x Cartes
Ontem, com o título “O Legado de um Mentiroso”, o principal jornal do Paraguai, o “ABC Color”, publicou um duro editorial de despedida ao presidente Cartes.
Mira certa
“Cartes passará à História, certamente, como uma figura eficazmente maquiada para enganar o povo e se apropriar de seus recursos”, diz um dos trechos mais leves.
Modelo brazuca
O criminoso Paulo Bras de Oliveira Junior, que no sábado empreendeu fuga após assalto, sequestrou mãe e filho menor, dirigiu e colidiu o carro com Kombi, matando dois inocentes em Brasília, estava desde março em regime semiaberto de prisão, conforme ofício obtido pela Coluna junto à Vara de Execuções Penais.
Respaldo da lei
Embasado também no parecer do MP (Ministério Público) sobre o detento, o juiz Valter Bueno Araújo decidiu pelo semiaberto, amparado na lei. Argumentou, na sentença, a existência de “informações nos autos das quais se depreende que o reeducando também possui condições subjetivas que autorizam a concessão da benesse neste momento”.
Moral da história
Obviamente não se trata de imputar ao MP e ao magistrado a responsabilidade pelos atos retardados de um ladrão que se beneficia da lei para obter a liberdade provisória. Mas fica a lição para toda a sociedade – e para a Justiça – de que o modelo está falido.
Mistério no mar
Há algo de estranho no Porto de Santos. Com a apreensão do último domingo em um navio (1,2 toneladas), já são 13 toneladas de cocaína encontradas em cargueiros que entram ou saem do terminal. Há anos, nem a PF e nem a Interpol sabem de onde vem ou para onde vai a carga…
Meio bilhão
Aliás, apenas essas 1,2 toneladas apreendidas custam na praça mais de R$ 520 milhões em revenda, segundo fontes da Polícia de Brasília ouvidas pela Coluna.
Supremo cinismo
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que reajustaram os próprios salários milionários, em tempos de crise (desdenhando do esforço do governo em conter rombo bilionário nas Contas), são os mesmos que deram o indulto de perdão aos mensaleiros do PT, a pedido da então presidente Dilma Rousseff. Isso, após todo o trabalho de investigação e julgamento da quadrilha. A Corte não se respeita.
Lembrete, senhora
Causou estranhamento entre congressistas, em suas bases eleitorais, a atitude da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que posou de santa em entrevista a um jornal, conotando críticas ao reajuste. Ela tem papel direto no caso: como presidente da Corte, poderia barrar o assunto na pauta. Cedeu.
Aval…
Da cadeia, Lula da Silva segue abençoando candidaturas e orientando campanhas. Na última reunião, disse ao ex-prefeito de Osasco (SP) e atual diretor financeiro do PT, Emídio de Souza, que dará todo o apoio para que seja eleito deputado estadual por São Paulo.
… Com testemunhas
O encontro aconteceu no sábado, durante visita ao ex-presidente na prisão em Curitiba (PR), com a participação da senadora Gleisi Hoffman (presidente nacional do partido) e do futuro candidato ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad.
Palavra do leitor
“Por mim, um juiz tinha que assinar um termo de responsabilidade sempre que concedesse saidão para um bandido. Nesse caso aqui, quem vai responder pelo crime totalmente evitável?”
Do leitor Fernando Melo (@visaomacro) no Twitter.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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