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Brasil Sindicato é condenado a indenizar funcionário chamado de “Clodovil”

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Ex-funcionário de sindicato diz ter sido chamado de "Clodovil do século 21" por chefe (Foto: Arquivo Pessoal)

A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) condenou o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindlegis), de Brasília, a pagar R$ 15 mil de indenização por danos morais a um ex-funcionário que era chamado de “Clodovil do século 21” pelo diretor jurídico da entidade. O trabalhador entrou com a ação em 2014, após ser demitido. Cabe recurso da decisão.

A reportagem entrou em contato com o sindicato, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria. De acordo com o advogado do funcionário, Washington Andrade, o chefe assediava moralmente por causa do corte do cabelo do cliente, penteado para o lado.

“Foram, no mínimo, seis meses de assédio. Essa alcunha foi lançada por causa do estilo do cabelo que usava. O chefe apelidou a seu bel prazer, com ofensas que colocavam em dúvida a masculinidade do meu cliente, e era seguido pelos outros empregados”, disse Andrade. “Meu cliente não é homossexual, e todo mundo sabe que o Clodovil era.”

O advogado afirma que o diretor sindical adotava outras posturas incorretas, mas que a defesa não conseguiu reunir provas. “Existem outras situações que não conseguimos comprovar, por mais que ele tenha passado por vários outros constrangimentos. Por exemplo, diziam que ele não devia ficar parado, que tinha que procurar algo para fazer.”

Em primeira instância, o juiz entendeu que não havia assédio moral. Após recurso, o desembargador Grijalbo Fernandes Coutinho argumentou que o diretor agiu “de forma intimidatória e de maneira generalizada, assediava empregados com os quais ele mantinha contato, sempre com o intento de provocá-los e, possivelmente, alcançar maior produtividade”.

Para o desembargador, o sindicato “concretamente, nada fez para coibir ou punir o seu diretor autoritário e homofóbico, como demonstrado pela prova produzida” e “encarava os gestos de seu dirigente como meras brincadeiras”.

Homossexual assumido, Clodovil não casou e nem teve filhos. (foto: reprodução)

Homossexual assumido, Clodovil não casou e nem teve filhos. (foto: reprodução)

Clodovil
O estilista e ex-deputado federal Clodovil Hernandes morreu em 2009 após uma parada cardíaca. Nascido em 17 de junho de 1937, em Elisário, cidade a 402 km de São Paulo, Clodovil foi adotado por um casal de origem espanhola, Domingos Hernandes e Izabel Sanches Hernandes. Não conheceu seus pais verdadeiros e estudou em colégio interno. Homossexual assumido, não casou e nem teve filhos.

Estilista de alta costura, ator, cantor, apresentador de TV e professor primário, Clodovil teve uma longa carreira na TV e alcançou grande sucesso no mundo da moda. Ele iniciou a carreira política quando se filiou ao PTC, em 2005. Em 2006, foi eleito deputado federal com 493.951 votos, terceira maior votação do estado de São Paulo. Seu mandato iria até dezembro de 2010.

Um dos primeiros trabalhos dele na televisão foi no início da década de 1980, quando apresentou o “TV Mulher”, da TV Globo, voltado para o público feminino. Na época, dava dicas de moda e desenhava modelos ao vivo. Ele dividiu o cenário com a jornalista Marília Gabriela e com a sexóloga Marta Suplicy, que também não havia entrado para a política. (AG)

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https://www.osul.com.br/sindicato-e-condenado-a-indenizar-funcionario-chamado-de-clodovil/ Sindicato é condenado a indenizar funcionário chamado de “Clodovil” 2016-10-24
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