Sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2016
 
				A presidenta Dilma Rousseff terá de fazer uma escolha entre o apoio das centrais sindicais, considerado crucial pelo Planalto para enfrentar o processo de impeachment, e a manutenção da política econômica do ajuste fiscal. Lideranças das três maiores centrais do País que, juntas, representam 4,4 mil sindicatos, afirmaram que depois de “segurar as pontas” no apoio ao governo em 2015, apesar das medidas de restrições aos programas sociais, a defesa estará condicionada a mudanças na política econômica.
“O País não suporta mais esse receituário econômico, de ajuste. O desemprego subiu e deve continuar subindo, com inflação acima de 10% dificultando todas as negociações salariais. É claro que a Previdência precisa ser discutida, mas não é um quadro urgente. Espero que o governo não cometa o erro fatal de defender reformas previdenciárias e trabalhistas em um cenário tão difícil como este começo de 2016”, disse o secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre.
A recente troca de Joaquim Levy pelo atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, empolgou os sindicalistas. Mas as primeiras declarações de Barbosa desagradaram. “O Barbosa sempre teve uma visão mais positiva para a economia, pró-investimentos e crédito. Estranhei a defesa dele das reformas previdenciárias e trabalhistas em uma hora dessas. Ele quis agradar o mercado, mas isso é tiro no pé”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Pela União Geral dos Trabalhadores, o presidente Ricardo Patah disse que o governo “corre riscos” se apresentar reformas como o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria pelo INSS ao mesmo tempo em que o processo de impeachment estiver em votação pela Câmara dos Deputados e as contas da campanha presidencial sob análise do Tribunal Superior Eleitoral. (AE)