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Saúde Síndrome de Down: nova terapia é capaz de melhorar as conectividades cerebrais

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Estudo mostra que reposição do GnRH proporcionou benefícios para o raciocínio e para a memória. (Foto: Unsplash)

Um novo tratamento baseado na reposição de um hormônio melhorou o desempenho cognitivo e as conectividades cerebrais de pessoas com Síndrome de Down em um estudo recém-publicado na revista científica Science. Embora preliminares, os resultados inéditos são um sinal de esperança para o melhor controle de uma síndrome presente em aproximadamente 1 a cada mil nascimentos, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“São resultados iniciais, mas nunca houve nada parecido com potencial para melhorar a parte cognitiva da Síndrome de Down. Existem muitas pesquisas, mas é a primeira vez que houve uma descoberta com embasamento científico”,  avalia o médico geneticista e diretor do laboratório Genetika, em Curitiba, Salmo Raskin.

Conduzido por pesquisadores do Laboratório de Neurociência e Cognição da Universidade de Lille, na França, e do Hospital da Universidade de Lausanne, na Suíça, o trabalho teve início com a identificação em modelos animais de que a disfunção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) estava ligada aos impactos cognitivos da Síndrome de Down. De acordo com os cientistas, essa neurodegeneração leva 77% das pessoas com a condição a apresentarem sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer com o tempo.

“Existem vários níveis de comprometimento cognitivo, com quadros mais leves e outros mais graves, mas à medida que as pessoas com a síndrome envelhecem, para todos existe uma piora da cognição basal, com um acúmulo de patologias de fato muito semelhantes aos do Alzheimer. Então qualquer medicação que consiga melhorar a cognição ou ao menos retardar a neurodegeneração é muito bem-vinda, o estudo é um passo bastante importante para isso”, diz a neurologista da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) Sonia Brucki, coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Com base na teoria, os pesquisadores desenvolveram um teste clínico piloto com sete homens com Down, de idades entre 20 e 50 anos. Os participantes receberam uma dose do hormônio GnRH a cada duas horas, durante um período de seis meses, por meio de um dispositivo colocado no braço. Antes e após o período, foram realizados testes de cognição e de olfato, além de ressonâncias magnéticas cerebrais.

Os resultados dos testes mostraram que a performance cognitiva aumentou em seis dos sete pacientes, com melhorias na compreensão de instruções, no raciocínio, na atenção e na memória. As imagens dos exames cerebrais confirmaram as mudanças, revelando uma elevação significativa nas conectividades funcionais do órgão. A terapia, no entanto, não teve efeito nas deficiências olfativas dos participantes.

Para os pesquisadores, os dados do estudo sugerem que o tratamento atua no cérebro por meio do fortalecimento da comunicação entre certas regiões do córtex – camada externa do órgão, rica em neurônios, e ligada ao desenvolvimento de habilidades como cognição e memória.

“A manutenção do sistema GnRH parece desempenhar um papel fundamental na maturação do cérebro e nas funções cognitivas. Na síndrome de Down, a terapia com GnRH parece promissora, especialmente porque é um tratamento que já existe sem efeitos colaterais significativos”, afirma o diretor de pesquisa do laboratório da Universidade de Lille, Vincent Prévot, um dos autores do estudo, em comunicado.

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https://www.osul.com.br/sindrome-de-down-nova-terapia-e-capaz-de-melhorar-as-conectividades-cerebrais/ Síndrome de Down: nova terapia é capaz de melhorar as conectividades cerebrais 2022-09-04
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