Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2020
Só 14% dos resultados de exames de detecção de coronavírus feitos na Inglaterra ficaram prontos em 24 horas na semana passada, uma queda brusca em relação à semana anterior, de acordo com dados desta quinta-feira (17) que aumentam a pressão em um governo que rebate críticas de que sua estratégia está fracassando.
O governo britânico vem sendo muito questionado pelo fiasco do sistema “mundialmente superior” de exame e rastreamento de casos de coronavírus que prometeu visando proteger o país de uma segunda onda de infecções em meio à reabertura das escolas neste mês.
Ministros de governo reconheceram que as famílias não estão conseguindo fazer os exames ou ter acesso a eles em localidades remotas. Os novos dados, revelados nesta quinta, mostraram que a chegada de resultados de exames também diminuiu acentuadamente.
O esquema Teste e Rastreie do Sistema Nacional de Saúde (NHS) disse que houve um aumento de 167% no número de pessoas novas com diagnósticos de Covid-19 na Inglaterra desde o final de agosto.
Só 14,3% dos resultados de exames foram recebidos dentro de 24 horas — na semana anterior foram 32%.
No caso dos exames feitos em pessoa em todo o país, ao invés daqueles realizados com amostras coletadas, só um terço foram devolvidos dentro de 24 horas, mas na semana anterior foram dois terços.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu na quarta-feira (16) que não existe uma estrutura de exames suficiente e disse que almeja que esta estrutura realize 500 mil exames diários até o final de outubro.
O esquema Teste e Rastreie relatou que tais casos positivos estão aumentando desde o início de julho e hoje são o dobro do número registrado quando o sistema foi lançado, em maio.
Segundo confinamento
Boris Johnson afirmou que uma nova quarentena no país, como aconteceu entre os meses de março e maio, teria consequências “desastrosas” para a economia e finanças britânicas. Em discurso na comissão de articulação da Câmara dos Comuns, o político garantiu que seu governo está concentrado em fazer “as pessoas poderem voltar ao trabalho”, descartando a extensão das medidas retenção do emprego, introduzida no início do confinamento.
A oposição política e os sindicatos alertam que poderá haver uma “enxurrada de demissões” quando terminar, no final de outubro, o programa implantado em março, segundo o qual o Estado paga parte do salário dos trabalhadores das empresas afetadas pelas restrições devidas à pandemia da Covid-19.
Johnson garantiu aos deputados que o governo será “criativo” na promoção de novas medidas de apoio, “mas dentro dos limites”, pois, disse ele, ultrapassar nesse sentido pode ser desastroso. O governo tenta combinar restrições para evitar a disseminação do novo coronavírus com a reabertura gradual da economia, depois que o país registrou sua primeira recessão antes do verão europeu, desde a crise de crédito de 2008.