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Brasil Sócio do filho de Lula anunciou uma parceria comercial com a Vivo cinco meses após o encontro do ex-presidente com executivos espanhóis da Telefônica, dona da operadora brasileira

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Lula foi condenado a mais de nove anos de prisão, em primeira instância, na Lava-Jato. (Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas)

O empresário Jonas Suassuna, sócio do filho do ex-presidente Lula, anunciou parceria comercial com a Vivo cinco meses após encontro do petista com executivos espanhóis da Telefônica, dona da operadora brasileira. O acordo incluiu a “Nuvem de Livros” entre os produtos oferecidos aos clientes da empresa de telefonia no Brasil.

Marco Aurélio Vitale, ex-diretor do grupo empresarial de Suassuna, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que ouviu de Kalil Bittar, também sócio de Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, que o petista iria interceder junto aos executivos espanhóis em favor do negócio.

“O Kalil Bittar falou para o Jonas que o ex-presidente iria para a Espanha e que teria uma reunião com a presidência da Telefônica, e que seria falado da ‘Nuvem’ para viabilizar um negócio com a Vivo aqui. E foi o que aconteceu. Não tenho detalhes da reunião, mas ele [Jonas] volta já procurando o [Antônio Carlos] Valente [à época presidente da Telefônica no país]”, disse o ex-executivo do Grupo Gol, que atua nas áreas editorial e tecnologia e não tem relação com a companhia aérea.

O anúncio da parceria entre a Editora Gol e a Vivo ocorreu em setembro de 2011, durante a Bienal do Livro. Entre os dias 12 e 17 de abril daquele ano, Lula viajou à Espanha para, entre outros compromissos, quatro eventos com executivos da Telefônica –almoço, jantar, palestra e uma visita à sede da companhia.

Suassuna se encontrou com o ex-presidente na Espanha. Ele assistiu a uma palestra de Lula a funcionários da Telefônica, além de ter visitado ao lado do petista o estádio Santiago Bernabeu, do Real Madrid. Mas nega interferência do petista em favor do negócio.

O empresário é dono de metade do sítio em Atibaia atribuído ao ex-presidente Lula. No terreno de sua propriedade não houve reformas –apenas a instalação de uma cerca– o que fez com que a Procuradoria não o denunciasse no caso. É também sócio de Lulinha na Play TV.

O acordo permitiu que a “Nuvem”, após três anos de concepção, fosse oferecido aos clientes da Vivo no País. Ela chegou a registrar, de acordo com a empresa de telefonia, 1,4 milhão de usuários. O produto rendeu à editora de Suassuna 29 milhões de reais líquidos. O acordo pela “Nuvem” ocorreu logo após a incorporação da Vivo pela Telefônica. Em julho de 2010, a espanhola Telefônica comprou os 30% da Vivo que pertenciam à Portugal Telecom, ficando com 60% da empresa de telefonia móvel. Ela comprou o restante das ações no mercado por meio de oferta pública de ações em março de 2011.

Em maio, a incorporação da Vivo pela Telefônica foi anunciada. Não é a primeira vez que é apontado um ato de Lula que beneficiou Suassuna e a “Nuvem”, um dos principais produtos do Grupo Gol. A Folha revelou em fevereiro do ano passado que uma lei assinada pelo então presidente estimulou a criação do aplicativo.

A lei, de maio de 2010, obrigou todas as instituições de ensino públicas e privadas a possuir, até 2020, pelo menos uma biblioteca com no mínimo um título por aluno. A coleção pode existir “em qualquer suporte”, abrindo margem para bibliotecas virtuais.
Segundo relato de Suassuna, o projeto estava em elaboração três anos antes da sua concretização.

O empresário Jonas Suassuna negou que o ex-presidente tenha interferido no negócio. Ele afirma ter negócios na Espanha desde 1999, tendo inclusive entre seus executivos no país um ex-vice-presidente da Telefônica. “Por que eu precisava dele? O presidente do meu escritório na Espanha [Luiz Scurra] tinha sido vice-presidente da Telefônica. Tinha todos os acessos”, diz ele.

Nos anos 1990, o grupo de Suassuna vendeu produtos editoriais colecionáveis que intermediava na Europa para vários jornais brasileiros, entre eles a Folha. Ele mantém um contrato ativo com o UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha.

“O fato de ter encontrado com o ex-presidente é porque eu estava lá. O presidente não é meu headhunter. Ele fez uma palestra sobre Brasil para um monte de gente da Telefônica. Eu estava lá, sentadinho como qualquer mortal”, declarou Suassuna. O empresário disse também que a Vivo ganhou mais de 100 milhões de reais com o produto. Em nota, assessoria de Suassuna afirmou que a as acusações de Marco Aurélio Vitale são “fruto de tentativa frustrada de chantagem junto aos executivos da empresa”.

A Vivo disse, em nota, “que não houve interferência de quem quer que fosse para que a empresa fechasse acordo com a Editora Gol”.

A defesa do Lula disse, em nota, que “jamais interferiu em qualquer ato comercial” de sócios de seu filho Fábio Luís Lula da Silva.

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