Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2015
Os soldados de Adolf Hitler estavam sob efeito de drogas quando invadiam países como Polônia e França. De acordo com o livro “In der Totale Rausch” (algo como “Totalmente Adrenalizados”), lançando recentemente na Alemanha, enquanto travavam aquilo que chamavam de blitzkrieg (guerra relâmpago), as tropas nazistas consumiam uma versão antiga de crystal meth (metanfetamina), substância que atua como estimulante do sistema nervoso central.
A droga, diz o livro do escritor Norman Ohler, mantinha os soldados acordados, sentindo-se eufóricos e invencíveis. Segundo a obra, a substância passou a ser fabricada a partir de 1937 pelos nazistas sob o nome de Pervitin e distribuída entre os militares durante a Segunda Guerra. Ohler conta que, na época, a droga foi divulgada como uma pílula desenvolvida para combater o estresse.
“No começo, o exército não sabia que o Pervitin era uma droga: soldados pensaram que era como beber café”, explica o escritor, que passou meses pesquisando arquivos militares alemães e americanos, de acordo com o jornal britânico The Independent.
Líderes sabiam dos efeitos.
Mas Ohler deixa claro que os líderes nazistas sabiam exatamente dos efeitos do crystal meth e de como isso podia ser aproveitado em combate. Depois de tentar empregar a droga na invasão da Polônia, em 1939, as forças alemãs encomendaram 35 milhões de cartelas de Pervitin antes de avançar em direção à França em 1940.
A campanha francesa se mostrou fulminante, conquistando uma grande parte do território invadido em apenas quatro dias. O livro deixa claro que o Pervitin teve um papel fundamental nessa fase da Segunda Guerra, mantendo os soldados empolgados, sempre dispostos a lutar.
Revelações podem alterar livros sobre a guerra.
Agora, historiadores dizem que as revelações podem alterar os livros sobre a guerra. “Saber que a blitzkrieg foi uma guerra movida por drogas desbanca a teoria de que o exército alemão estava limpo”, diz o historiador germânico Hans Mommsen, segundo o The Independent. (AG)