Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2025
O governo dos Estados Unidos voltou a comentar a decisão de da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação penal sobre tentativa de golpe de Estado. No X, o subsecretário de Diplomacia Pública americano, Darren Beattie, afirmou que a condenação é “mais um capítulo do complexo de perseguição e censura” do ministro Alexandre de Moraes.
A publicação de Beattie, também compartilhada pela Embaixada dos EUA no Brasil, diz que Moraes é um “violador de direitos humanos sancionado, que tem Bolsonaro e seus apoiadores como alvo”. O subsecretário encerra dizendo que os EUA vão encarar esse “sombrio desdobramento com a máxima seriedade”.
Em 30 de julho, Moraes foi sancionado pelo Tesouro americano por meio da Lei Global Magnitsky, que autoriza os EUA a impor bloqueios econômicos a acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Na quinta-feira, dia em que o julgamento foi concluído, o presidente americano, Donald Trump, classificou a condenação de Bolsonaro como “terrível” e disse estar “muito descontente” com o julgamento. “Acho que é muito ruim para o Brasil”, declarou a jornalistas.
Questionado sobre a possibilidade de novas sanções contra o Brasil, o presidente não respondeu. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que os EUA reagirão “adequadamente” a “essa caça às bruxas”. Segundo ele, “as perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Moraes continuam, já que ele e outros membros do Supremo decidiram injustamente prender Bolsonaro”, escreveu no X.
O subsecretário de Estado, Christopher Landau, disse que a relação entre Brasil e Estados Unidos vive o “ponto mais sombrio em dois séculos” após a condenação. Em sua conta no X, afirmou não ver saída para a crise enquanto o futuro bilateral estiver “nas mãos do ministro Moraes”.
Artigo do NYT
O Supremo fez o que as instituições norte-americanas se recusaram a fazer: responsabilizar um ex-presidente que atentou contra a democracia. A conclusão é dos professores Filipe Campante, da Johns Hopkins, e Steven Levitsky, de Harvard, em artigo publicado nas páginas de editorial do The New York Times, nesta sexta-feira.
A Corte brasileira “trouxe à Justiça o primeiro líder de golpe da história do País”, avaliam Campante e Levitsky.
Os autores contrastam a decisão brasileira com o desfecho nos EUA. Trump, recordam, também tentou reverter sua derrota eleitoral, mas foi “enviado não à prisão, e sim de volta à Casa Branca”.
O Senado absolveu o republicano no impeachment, a Justiça demorou a indiciá-lo e, em 2024, a Suprema Corte reconheceu ampla imunidade presidencial, permitindo seu retorno ao poder em janeiro deste ano. O resultado, afirmam, é um segundo governo “abertamente autoritário”, que persegue críticos e ameaça instituições, empurrando a maior economia do mundo para um regime “competitivo-autoritário”. As informações são de O Estado de S.Paulo.