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Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2018
A agência reguladora dos mercados financeiros da Suíça confiscou US$ 1,4 milhão do banco suíço PKB por sua participação no escândalo da Operação Lava-Jato.
Uma investigação determinou que o banco privado, com sede no cantão suíço de Ticino, cometeu “sérias violações nos regulamentos de lavagem de dinheiro ao não conduzir verificações adequadas das relações de negócios e transações ligadas ao escândalo envolvendo a Petrobras e a Odebrecht”, indicou a Finma em um comunicado.
Os “lucros indevidos” por estas transações foram confiscados pela Finma, que lembrou que as autoridades brasileiras iniciaram em 2014 um processo por suposta corrupção e lavagem de dinheiro contra vários empresários e políticos relacionados com o escândalo. A Finma abriu em abril de 2016 um expediente contra o PKB, com foco das investigações nas transações efetuadas entre 2010 e 2015.
O PKB administrou na cidade de Lugano “dezenas de relações” vinculadas com o escândalo de corrupção da Petrobras e também com a Odebrecht, e fez transações “frequentemente milionárias” em nome de clientes suspeitos, segundo o agente regulador. A Finma admitiu que os mecanismos contra a lavagem de dinheiro em relação com transações vinculadas ao escândalo da Lava Jato “funcionaram de maneira insuficiente” no PKB.
Segundo a Finma, o banco não atuou de maneira satisfatória na identificação dos clientes e tampouco avaliou suficientemente os laços empresariais por trás de cada operação. Além disso, violou sua obrigação de notificar suspeitas às autoridades suíças, segundo a agência.
A Finma efetuou investigações em uma dúzia de bancos suíços neste contexto, após o que abriu processos contra quatro. Além do caso do PKB, a agência reguladora já fechou dois casos que afetaram a Banca della Svizzera Italiana (BSI) e o Banque Heritage.
Engevix
Tribunal Federal da Suíça rejeitou os recursos apresentados pelo ex-sócio da Engevix, José Antunes Sobrinho, e decidiu manter bloqueadas suas contas no país europeu. Os valores do congelamento, porém, não foram revelados.
Investigado desde 2014, Antunes foi condenado a oito anos de prisão por ter feito pagamento de mais de R$ 4 milhões em obras de Angra 3. O caso acabou também gerando a condenação do ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, a 43 anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa. Antunes foi preso na 19a fase da Operação Lava Jato, em 2015.
Naquele ano, suas contas na Suíça foram alvo de um bloqueio. Mas o empresário tentou, em diversos momentos, reverter o confisco, alegando que as medidas eram desproporcionais e que não havia provas de que os valores depositados tinham relações com as suspeitas no Brasil. Agora, o Tribunal suíço rejeitou o recurso.