Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2015
O Secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que 19 pessoas morreram nos ataques da noite desta quinta-feira (13) nos municípios de Osasco, Barueri e Itapevi, na Região Metropolitana de São Paulo.
Outras sete pessoas ficaram feridas. Mais cedo, a Polícia Civil falava em 20 mortes e não citava o ataque em Itapevi.
De acordo com Moraes, 15 mortes foram em Osasco, três em Barueri e uma em Itapevi.
“É a maior chacina deste ano”, afirmou o secretário. Seis vítimas já foram identificadas – cinco delas tinham antecedentes criminais.
A polícia apura o elo entre os crimes e a morte de um PM e de um guarda civil nos últimos dias na região. Ninguém havia sido preso até o começo da tarde desta sexta-feira.
“Não há uma hipótese principal de investigação, mas não é descartada a possível relação com dois outros latrocínios que ocorreram na sexta-feira passada e o outro em Barueri”, disse.
“Não descartamos nenhuma hipótese, e o envolvimento de policiais no caso deverá ser uma das teses possíveis levadas em consideração”, completou.
Na operação, trabalhará uma equipe de 50 policiais civis, sendo 30 Demacro e 20 do DHPP. Serão 12 peritos e 8 médicos legistas. Na tarde desta sexta, haverá uma reunião do secretário da Segurança com a Seccional de Osasco para definir a sequência da investigação.
Ao todo, 12 locais foram atacados nesta quinta. Investigadores encontraram neles cápsulas de armas de revólver calibre 38, 380 e pistola 9 mm – esta última é uma arma privativa das Forças Armadas. Antes, a Polícia Civil disse ter encontrado pistolas ponto 45.
Segundo o secretário, a perícia vai analisar as cápsulas para ver se os crimes teriam sido cometidos pelo mesmo grupo ou por grupos diferentes.
O prefeito de Osasco, Jorge Lapas, já havia afirmado que a série de ataques pode ter relação com a morte do PM e do guarda civil.
O PM foi atingido por 14 disparos no dia 5 quando chegava para fazer um “bico” em Osasco.
Já o guarda foi baleado e assassinado durante uma tentativa de assalto a uma adega, em Barueri, na quarta-feira (12).
De acordo com o prefeito, o alvo dos ataques podem ter sido pessoas com antecedentes criminais.
“Alguns vídeos que temos visto mostram que eles entraram encapuzados, perguntaram se as pessoas tinham antecedentes e atiravam nas que tinham.”
Onde foram os ataques
Os ataques começaram às 20h30min, em um bar no Jardim Munhoz Júnior, em Osasco, já perto do limite com Barueri. Quatro pessoas baleadas morreram no bar. Outras seis morreram pouco depois ao serem socorridas.
Uma testemunha contou como foi a ação dos criminosos. “Chegaram dois carros com vários indivíduos, em frente ao bar. Não procuraram por ninguém. Chegaram aqui, bateram em todo mundo que eles viram e saíram correndo rapidamente, saíram rua abaixo e chegaram aqui embaixo, onde deram mais tiros em um pessoal que estava parado lá, também não acertou ninguém, mas foram embora”, relatou a testemunha, que não quis se identificar.
Vários ataques ocorreram nas horas seguintes em outras ruas de Osasco. Segundo testemunhas, os ataques aconteceram até as 22h na cidade.
Já em Barueri, uma pessoa foi morta por volta das 22h15min, na Rua Carlos Lacerda. Cerca de uma hora depois, outros dois homens foram assassinados a tiros na Rua Irene.
“Esses dois indivíduos baleados estavam sentados tomando uma bebida quando pessoas saíram do carro e passaram a atirar contra eles”, disse o sargento da PM Flávio Sabino.
Famílias das vítimas dos ataques foram ao IML de Osasco para liberar os corpos na manhã desta sexta-feira (14). Em desespero, os familiares diziam-se revoltados com a falta de segurança em seus bairros e que seus parentes não tinham qualquer ligação com o mundo do crime. (AG)