Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 15 de março de 2016
A empresa Orbital ATK afirma que deve assinar dentro de alguns meses um contrato com o primeiro cliente de seu serviço de reabastecimento de combustíveis de satélite no espaço. Com uma nave não tripulada, a companhia promete aumentar a vida útil de satélites geoestacionários.
Tom Wilson, vice-presidente de estratégia e desenvolvimento de negócios da empresa, afirma que dezenas de milhões de dólares foram investidos na nova capacidade, mas não revelou quantias específicas. Ele também não quis dizer ainda quem será o cliente.
Segundo Wilson, cerca de 70 satélites de comunicações privados entre os 380 em órbita podem precisar de reabastecimento por esgotarem o propelente que os ajuda a manter posição no espaço. Ele afirma que a empresa planeja lançar sua primeira missão “ViviSat”, realizada pela espaçonave MEV (Mission Extension Vehicle), em 2018, e atender o primeiro cliente no início de 2019, depois do teste no espaço.
Frota de abastecimento.
A Orbital ATK planeja operar dez espaçonaves MEV capazes de se atracar a outros satélites que estão ficando sem combustível, reposicionando-os e controlando-os para continuar a trabalhar em suas funções ou movendo-os para novas tarefas. Dentro de sete a oito anos, com o avanço da robótica, as espaçonaves poderão algum dia trocar componentes dos satélites, além de abastecê-los, afirmou Wilson, mencionando pesquisas na área realizadas pela Nasa (agência espacial americana) e por outras agências.
Cada uma das unidades MEV será projetada para durar de 15 a 20 anos, com a habilidade de acoplar e se desacoplar de outros satélites por até 15 vezes. “É o início de um mercado totalmente novo”, disse Wilson.
A capacidade vai eventualmente permitir a governos enviar satélites com componentes maiores e mais pesados ao espaço, já que poderão economizar espaço para combustível e depois enviá-lo mais tarde. Wilson afirma que a empresa tem sido transparente com o desenvolvimento da tecnologia. Ele diz não esperar críticas da Rússia ou da China sobre a possibilidade de o novo sistema ser usado para danificar outros satélites.
“Esse sistema foi projetado com fins comerciais”, declarou. O projeto começou com a ATK em 2009, mas ganhou destaque depois da fusão com a Orbital, 18 meses atrás. A Orbital possui um satélite que tem o tamanho ideal para o serviço e estava se acoplando a outros satélites por meio de seu contrato de entrega de carga à ISS (Estação Espacial Internacional), segundo Wilson.
A Orbital também está envolvida em um projeto da Força Aérea dos EUA, revelado em 2015, que inclui capacidade de acoplagem. Wilson não forneceu mais detalhes sobre o programa. (AG)