Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2025
A China está sujeita a pagar tarifas de até 245% para exportar seus produtos para os Estados Unidos caso tome novas medidas retaliatórias, segundo um documento divulgado pela Casa Branca na terça-feira (15). Atualmente, a tarifação dos EUA sobre importações chinesas é de 145%. Não houve a cobrança de tarifas adicionais sobre importações da China: o informe apenas explica como taxas já aplicadas podem se sobrepor.
O documento é uma ordem executiva do presidente Donald Trump para abrir investigações sobre o impacto para os Estados Unidos da restrição de exportações de minerais críticos — a China anunciou recentemente que ira conter a venda desses produtos em retaliação às tarifas americanas. Nesta ordem executiva, a Casa Branca exemplifica como são cobradas as tarifas sobre produtos chineses.
Hoje, os EUA cobram uma “tarifa recíproca” de 125% sobre produtos chineses. Essa tarifa se soma a uma taxa anteriormente aplicada de 20%, criada por Trump supostamente para combater o ingresso de fentanil no mercado americano. Essas são tarifas generalizadas. Além disso, produtos específicos chineses já pagavam, antes mesmo da escalada da guerra comercial, tarifas que variam entre 7,5% e 100%. Ou seja, em alguns casos, a soma das tarifas pode chegar a 245%.
Em viagem pelo Sudeste Asiático, onde busca fortalecer as relações comerciais regionais para compensar o impacto das tarifas dos EUA, o presidente chinês Xi Jinping afirmou, em uma publica ão na rede social X, que tarifas de 245% não vão assustar a China. Apesar as tarifas impostas por Trump, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre deste ano, além das expectativas.
“Tarifa de 245% não vai nos assustar. Bloqueio à Nvidia não vai nos assustar. Embargo aos veículos elétricos não vai nos assustar. Banimento do TikTok não vai nos assustar. Restrições de investimento não vão nos assustar. Patrulha no Mar do Sul da China não vai nos assustar. Exercício militar da AUKUS não vai nos assustar”, escreveu o presidente chinês.
Nessa quarta-feira, a China fez um apelo nesta quarta-feira para que os Estados Unidos “parem de ameaçar e chantagear”, depois que a Casa Branca transferiu a Pequim a responsabilidade de iniciar uma negociação para desacelerar a guerra comercial entre as duas grandes economias mundiais.
A Casa Branca detalha no documento as principais decisões da política econômica e comercial do presidente Donald Trump e classifica as tarifas como uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”. Lembra que no primeiro dia de governo, Trump iniciou sua política comercial “America First” para ”tornar a economia dos EUA grande novamente”.
O documento lembra ainda que, no dia 2 deste mês, chamado pelo presidente americano de “Dia da Libertação”, o governo dos EUA impôs uma tarifa de 10% a 180 países e tarifas recíprocas mais altas individualizadas às nações com as quais os EUA têm os maiores déficits comerciais. As taxas chegaram a até 50%.
Desde então, afirma a Casa Branca, mais de 75 países já procuraram os EUA para discutir novos acordos comerciais e, por isso, os EUA suspenderam as “tarifas recíprocas” por 90 dias, à exceção da China, que retaliou.
A União Europeia, afirma o documento, que havia anunciado retaliação tarifária para bens americanos, recuou após o anúncio do presidente americano. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.