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Brasil Taxa básica de juros sobe para 13,75% ao ano na sexta alta seguida, maior nível desde 2006

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Com decisão, Banco Central confirma previsão da maior parte do mercado financeiro. (Foto: Bia Fanelli/Folhapress)

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu subir na quarta-feira (3) os juros básicos da economia de 13,25% para 13,75% ao ano, um novo aumento de 0,50 ponto percentual. Foi a sexta elevação consecutiva da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, que atingiu o maior patamar desde agosto de 2006, ou seja, em quase nove anos – quando estava em 14,25% ao ano.

A medida confirmou a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro. Com uma taxa mais alta de juros, o BC tenta controlar o crédito e o consumo, atuando para segurar a inflação. Por outro lado, ao tornar o crédito e o investimento mais caros, os juros elevados prejudicam o crescimento da economia brasileira e, também, o emprego.

O novo aumento dos juros básicos acontece em um momento em que a economia ainda se ressente de um baixo nível de atividade, com o PIB (Produto Interno Bruto) encolhendo 0,2% no primeiro trimestre deste ano e o desemprego avançando para 8% até abril, mas com a inflação pressionada pelo aumento de tarifas públicas, como energia elétrica e gasolina, e também pela alta do dólar – que avançou cerca de 20% até maio.

Ao término do encontro, a autoridade monetária divulgou a seguinte frase: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p. [ponto percentual], para 13,75% a.a. [ao ano], sem viés”. Trata-se do mesmo comunicado das últimas reuniões do Comitê.

Sistema de metas

Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que o propósito seja formalmente descumprido.

Em abril, a inflação oficial ficou em 0,71%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos quatro primeiros meses deste ano, a inflação somou 4,56% e, em 12 meses até abril, totalizou 8,13% – a maior desde dezembro de 2003.

O próprio BC já admite que a inflação deve estourar o teto de 6,5% do sistema de metas em 2015. A previsão da autoridade monetária é de que a inflação fique em 7,9% neste ano. Para o mesmo período, o mercado prevê um IPCA de 8,39%. O BC tem dito que trabalha para evitar a propagação da inflação neste ano e para trazer a o IPCA para o centro da meta, de 4,5%, até o final de 2016.

Para o mercado, entretanto, o centro da meta, de 4,5%, deverá ser atingido somente em 2019. Levantamento da autoridade monetária com mais de 100 bancos, na semana passada, mostrou que a previsão dos economistas das instituições financeiras está em 5,5% para o ano que vem, em 4,9% para 2017, em 4,7% em 2018 e em 4,5% em 2019.

Do lado da atividade econômica, após a queda do PIB no primeiro trimestre, analistas não descartam a possibilidade de o País entrar em recessão, que se caracteriza por dois trimestres seguidos de contração da economia. A expectativa da maior parte do mercado, conforme a pesquisa realizada pelo BC, é de que a economia brasileira tenha retração de 1,27% em 2015 – representando a maior em 25 anos.

De acordo com o chefe da Unidade de Política Econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flavio Castelo Branco, a alta de juros é um fator que sempre penaliza a atividade da indústria de transformação, que, para ele, já está em recessão neste ano. Mesmo assim, ele avalia que a administração macroeconômica exige que o BC tenha uma “ação ativa” para controlar a disseminação da inflação no Brasil.

“Precisamos ter outros instrumentos para direcionar a inflação para a meta. A outra componente da política econômica é a fiscal [ajuste de contas públicas, que está sendo feita por meio da alta de tributos e contenção de gastos]. Temos de dar mais ênfase, com mais rapidez, à consolidação do ajuste fiscal para que os agentes econômicos internalizem isso nas suas expectativas e quebrem um pouco da inércia inflacionária. E que tenhamos uma trajetória da inflação que exija menos da política monetária [alta dos juros pelo BC]”, avaliou Castelo Branco.

Na terça-feira, manifestantes ligados às centrais sindicais realizaram um protesto na avenida Paulista, em São Paulo, contra o desemprego e o processo de alta dos juros. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que os juros altos inibem o consumo, a produção e a geração de empregos. “O crescimento do desemprego muito nos preocupa, e o governo deve subir mais ainda a taxa de juros, que já está em um patamar proibitivo”, ressaltou ele.

tags: economia

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