Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2018
Candidato do Podemos à Presidência, o senador Alvaro Dias atribuiu, na quarta-feira, a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral ao presidente Michel Temer (MDB). Para ele, o “desastre da administração” dele impulsiona o petista. Com 3% das intenções de votos, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na quarta, no cenário com Lula, Dias avalia que há “certa conivência” com a corrupção.
“O presidente Temer é o principal cabo eleitoral de Lula, por isso ele cresceu nas pesquisas, mesmo estando preso, condenado e respondendo a outros inquéritos que certamente acrescentarão anos de prisão. Fica a impressão de que há uma indiferença da vítima diante de seu algoz. A pesquisa revela que há muita cumplicidade com o crime no País. Muita conivência diante da desonestidade e da corrução”, diz o senador.
Para ele, os petistas “transferem” a Temer a responsabilidade pela tragédia.
“Mas certamente que o crescimento do político preso se dá em razão do desastre da administração Temer. Os petistas transferem ao Temer a responsabilidade pelo desastre. Mas, na verdade, são parceiros nesse desastre. Lula, Dilma e Temer são irmãos siameses na tragédia política que estamos vivendo. São os responsáveis pelo caos”, acrescenta o candidato.
Em um cenário sem Lula, Dias cresce para 4% das intenções de voto. Apesar de estar apenas em 5º lugar, o senador se gaba de ser o candidato com menor rejeição entre o eleitorado (16%). Os líderes nas pesquisas, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), são também campeões no índice de rejeição. O petista tem 34%, e o deputado, 39%.
“Tem de avaliar bem as pesquisas. Se você considerar intenção de voto e rejeição, eu estou à frente de outros”, pondera Dias.
Com 40 segundos de programa de TV e rádio, o senador reclamou por ter menos tempo que outros candidatos para se apresentar ao eleitorado. Mas diz apostar na “inteligência” do eleitor na distinção entre o perfil dos concorrentes.
Primeira infância
O senador assinou, em evento, em Brasília, na quarta-feira, um termo de compromisso de investimento prioritário na primeira infância, caso seja eleito. A proposta é da Rede Nacional Primeira Infância, que reúne organizações dedicadas ao tema. Alvaro Dias aproveitou para anunciar como promessa de campanha a criação de 4 milhões de vagas em creches públicas e privadas do País.
A proposta foi explicada pelo seu vice, o economista Paulo Rabello de Castro (PSC), que é o coordenador do programa de governo de Dias. O ingresso das crianças seria por meio de um “cheque-creche”.
“Serão 4 milhões de vagas. A forma de inserção será por um processo de terceirização credenciada, uma espécie de franquia dessa atividade. Pelo menos 200 mil empregos serão criados para cuidar dessas crianças. Serão creches públicas e privadas, para a livre escolha, como é sempre no nosso plano de metas, uma visão liberal, do titular daquele cheque-creche, que é a mãe que está precisando daquele apoio”, diz Rabello.